O laboratório móvel do INEM cedido pelo Governo português à Guiné Bissau já se encontra em fase de montagem no Hospital Nacional Simão Mendes, na capital guineense. O equipamento, cedido através de um programa de cooperação entre os dois países, tem como objetivo combater um eventual surto de ébola no país.

Luís Meira, responsável pela equipa técnica do INEM que acompanha o laboratório, afirmou ao Observador que a unidade vai ter capacidade diagnóstica para se poder confirmar se os casos suspeitos são efetivamente de infeção por vírus ébola. “Em colaboração com os Médicos Sem Fronteiras existe um espaço onde poderemos ter doentes infetados e outros casos suspeitos em isolamento para se poder dar uma resposta no local”, acrescenta.

O laboratório está ser montado dentro do perímetro do hospital num edifício rodeado de gradeamento, um pouco mais afastado dos serviços centrais. Na infra-estrutura, reabilitada para receber o equipamento, existem salas de isolamento e de armazenamento. Contudo, ainda não se sabe quando o laboratório vai estar a funcionar em pleno porque parte do equipamento ainda se encontra retido na alfândega de Bissau à espera de ser libertado.

A equipa faz o acompanhamento permanente da situação nos países vizinhos em coordenação com as recomendações da Organização Mundial de Saúde de forma a garantir a uniformidade dos procedimentos em toda a cadeia de tratamento. Ao mesmo tempo, Luís Meira sublinha que o país faz fronteira com alguns países que têm tido dificuldade no controlo da doença. Por isso, “a Guiné é um país de alto risco”, alerta.

A equipa multidisciplinar composta pelo INEM e por duas investigadoras do Instituto Nacional de Saúde dr. Ricardo Jorge pretende ainda garantir a formação de técnicos de saúde local que possam continuar o serviço depois de terminados os seis meses de duração previstos para esta colaboração.

Atualmente não existem casos de ébola na Guiné Bissau e mesmo os casos de propagação nos outros países têm vindo a diminuir de forma progressiva. “Mas não podemos diminuir a preocupação. Só quando tivermos a certeza que tudo está controlado através da ausência de aparecimento de novos casos é que se podem declarar algumas zonas livres”, conclui Luís Meira.

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