O movimento político Agir, liderado pela ex-deputada do BE Joana Amaral Dias, anunciou este domingo que vai candidatar-se às próximas eleições legislativas em coligação com o Partido Trabalhista Português (PTP).

A coligação terá o nome “Agir” e será encabeçada por Joana Amaral Dias. Segundo o DN, o Agir não chega a formalizar-se como partido junto do Tribunal Constitucional. O acordo com o PTP prevê que este partido inclui a designação Agir no seu nome.

O anúncio foi feito no final de uma conferência internacional organizada pelo movimento, que decorreu na Fábrica Braço de Prata, em Lisboa, onde foi assinado o compromisso entre as duas forças políticas.

Amândio Madaleno, dirigente do PTP disse aos jornalistas que o convite para a coligação partiu de Joana Amaral Dias e que se estendeu também a outros partidos, porém essas alianças não chegaram a concretizar-se.

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“Tivemos reuniões com o PAN, MPT, com o PND, com o PPM e o PPV. Todas as reuniões correram bem, era para se fazer uma coligação em conjunto, mas chega a hora da verdade e as pessoas estão mais preocupadas com os lugares e consideram que ainda é cedo”, afirmou.

Em declarações à agência Lusa, Joana Amaral Dias afirmou que o processo negocial ainda não está fechado porque “existem outros partidos políticos e outros movimentos sociais que estão em diálogo” com a coligação.

Apesar de não querer especificar quais as forças políticas a que se referia, Joana Amaral Dias disse estar confiante que, “nas próximas semanas”, esses partidos e movimentos “vão com certeza também assinar este mesmo compromisso”.

Quanto a medidas concretas, o dirigente do Partido Trabalhista Português explicou que a coligação pretende “deslocar-se junto dos cidadãos, auscultá-los através de questionário” e definir o programa político com “as primeiras 10 medidas em termos maioritários”.

Também a escolha dos candidatos passa por uma “auscultação direta” porque “não se pode impor nada, as pessoas é que sabem”, defendeu Amândio Madaleno.

Quanto aos restantes cabeças de lista, Joana Amaral Dias remeteu a sua divulgação “para breve”, mas disse à Lusa que serão “pessoas que têm relevância no terreno”, e não pessoas “escolhidas por uma elite partidária”.

Joana Amaral Dias afirmou também que “o importante agora não é unir a esquerda”, porque defende que os portugueses não estão preocupados com isso.

“Pretendemos que isto possa ser uma plataforma alargada, ampla, que está muito além da esquerda e da direita e que pretende é defender as pessoas que estão em baixo e que estão fora do sistema”, vincou a dirigente política.

A líder da coligação acrescentou ainda que a prioridade “é unir as vítimas da austeridade, é unir todas as pessoas que têm sido castigadas, brutalmente roubadas por este ‘austericismo’, isso é que é fundamental e isso é que é o nosso objetivo, é isso que nos propomos”.

No compromisso assinado hoje entre as duas forças políticas, ao qual a Lusa teve acesso, lê-se que “é preciso converter a vontade coletiva em força política”.

“Propomos um programa mínimo que é simultaneamente uma mudança máxima: vamos fazer de Portugal uma democracia de todos e não um negócio para alguns”, refere o documento.

Durante a conferência internacional na Fábrica Braço de Prata, o Agir anunciou ainda que nos próximos meses andará por todo o país a mobilizar apoiantes.