Há ferramentas à vista, materiais acumulados em cantos, fitas de plástico a vedar certas áreas e dezenas de trabalhadores em reboliço, de um lado para o outro, de colete refletor vestido. Os carros, mesmo à entrada, enchem o parque de estacionamento onde já se consegue avistar a estrutura metálica, elevada a uns valentes metros, que aguentará a cobertura que tapará restaurante, zona VIP e várias tendas. Tudo isto se passa no Clube de Ténis do Estoril.

Ou passava, pois ao ritmo a que os trabalhos decorriam quando o Observador espreitou as obras durante a tarde desta quarta-feira, a convite da organização, as preparações para o Estoril Open já terão galgado uns degraus. O complexo, localizado à entrada do Estoril e mesmo à margem da A5, autoestrada que liga Lisboa a Cascais, está em ritmo contrarelógio. A pressa urge para que, a 25 de abril, tudo esteja a postos para os tenistas começarem a bater bolas no Millenium Estoril Open, torneio que durará até 3 de maio.

Uma pressa necessária, já que as obras arrancaram apenas a 23 de fevereiro e têm muito metro para tratar: só de área coberta são 3.500 os metros quadrados, 2.400 dos quais dedicados à zona VIP, espaço que está pensado para receber à volta de 500 pessoas (ver fotogaleria no início do artigo). A rodear o court central do complexo, ainda despido de rede, sem linhas brancas traçadas e com o pó de tijolo acumulado nos extremos, estão já montadas as fundações das bancadas que terão capacidade para acolher, e sentar, 3544 pessoas. Os bancos de plástico, contudo, montados em grupos de quatro, ainda só cobriam metade da estrutura metálica.

Planta do complexo do Clube de Ténis do Estoril que acolherá o torneio entre 25 de abril e 3 de maio

Planta do complexo do Clube de Ténis do Estoril que acolherá o torneio entre 25 de abril e 3 de maio.

Ao contrário do que acontecia no Complexo do Jamor, em Oeiras, onde se realizaram as anteriores 25 edições do torneio, os camarotes não ocuparão a primeira fila de todas as bancadas — ali, no Clube de Ténis do Estoril, apenas estarão em duas bancadas (uma central e outra lateral). Serão 73 e acolherão 438 lugares. Por isso, quem quiser e pagar por isso (os preços estão entre os 10 e os 45 euros) poderá assistir aos encontros no court central na primeira fila das bancadas, onde ficará bastante perto dos tenistas, a cerca de uns três metros da linha lateral do campo e quase ao nível da terra batida.

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Mesmo atrás do court central existem outros seis campos de terra batida. O torneio utilizará quatro deles, mas apenas um, o court n.º2, terá a companhia de uma bancada (lateral) com espaço para 788 lugares. Depois, à volta do complexo, a área requalificada terá 11 mil metros quadrados, divididos entre área asfaltada, calçada portuguesa e movimentos de terras. No total, de acordo com a organização do Estoril Open, a requalificação para o torneio tocará em 30 mil metros quadrados.

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O court central do Estoril Open ainda não está tratado

A organização não arriscou na resposta à pergunta dos euros e não quis revelar o valor do investimento para requalificar o Clube de Ténis do Estoril — embora um membro da estrutura tenha indicado que o montante é pouco menos de três milhões de euros. Em comunicado, porém, a organização indicou que a Câmara Municipal de Cascais “assumiu cerca de 90% das obras” necessárias para o Estoril Open “acolher tanto a nata do ténis mundial como os adeptos e convidados”. A data limite para concluir as obras ficou definida para 23 de abril, dois dias antes do arranque do torneio.

Também esta quarta-feira a organização anunciou que o primeiro wildcard (uma espécie de convite) para o Qualifying (fase de qualificação) para o torneio foi atribuído a Frederico Gil, tenista de Sintra que cumpriu esta semana o 30.º aniversário, chegou a ser 62.º do ranking ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) e, em 2010, chegou à final do Estoril Open — perdeu na altura para o espanhol Albert Montañés, em três sets. A organização decidiu também entregar o primeiro wildcard para o quadro principal do torneio ao português Frederico Silva, tenista de 20 anos, atual 268.º do mundo, que já venceu dois torneios do Grand Slam — Roland Garros e o Open dos EUA — como juvenil e na categoria de pares.