O engenheiro e ex-professor de José Sócrates, António Morais, foi esta quarta-feira constituído arguido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) por suspeitas de pressionar a família do empresário de Carlos Santos Silva, avança a revista Sábado.

Na origem do processo está uma queixa apresentada pela advogada de Carlos Santos Silva, Paula Lourenço, que diz que o ex-professor da Universidade Independente terá pressionado familiares do empresário para que este admitisse que a fortuna de 23 milhões de euros registada em seu nome pertence a Sócrates.

À Sábado, António Morais garante desconhecer a investigação em causa, mas afirma ter contactado a mulher de Santos Silva, Inês, e o seu primo Manuel. “A mulher de Santos Silva pediu-me para falar com ele. Acha que ele está muito solidário com José Sócrates e está a colocar tudo em causa”, disse o professor à Sábado.

O empresário Santos Silva encontra-se preso preventivamente desde novembro. É suspeito de ser o testa-de-ferro de Sócrates e o Ministério Público suspeita que tenha sido veículo de várias transferências de dinheiro para o ex-primeiro-ministro.

António Morais, que chegou a trabalhar com o ex-ministro Armando Vara, sentou-se no banco dos réus com uma ex-companheira acusados de corrupção e branqueamento de capitais na construção de uma estação de tratamento de lixo na Cova da Beira. Ambos foram absolvidos. Antes desta acusação, António José Morais chegou a dar aulas na Universidade Independente. Foi professor de José Sócrates em quatro disciplinas. Em 2005, quando Sócrates chegou ao poder como primeiro-ministro, o engenheiro António José Morais foi nomeado para o Instituto de Gestão Financeira e Infraestruturas do Ministério da Justiça. Saiu ao fim de nove meses.

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