A coisa dependia do que “fosse sendo observado” durante esta semana nos treinos da seleção dos miúdos e nas conversas entre quem dela toma conta, Rui Jorge, e quem trata da seleção dos graúdos. E Fernando Santos, depois de matutar e de ver o que, na quinta-feira, os sub-21 fizeram no relvado contra a Dinamarca — não desataram um 0-0 enfadonho –, resolveu chamar três dos novatos que foram titulares contra o adversário nórdico — Bernardo Silva, o pequenote canhoto do AS Monaco, Paulo Oliveira, o central que já é patrão da defesa do Sporting, e Ivan Cavaleiro, o extremo que é dono de uma ala no Deportivo da Corunha.

Para os dois primeiros, a convocatória sabe a estreia. Bernardo Silva há muito que ouve o telefone tocar com alguém, do outro lado, a chamá-lo para as seleções jovens de Portugal. Agora, o jovem de 20 anos que, no verão, chegou ao Mónaco com etiqueta de emprestado pelo Benfica e, no Natal, por lá ficou com o recibo de vendido (a troco de 15,7 milhões de euros), aterra na seleção principal depois de Leonardo Jardim não parar de lhe dar os minutos que nunca Jorge Jesus lhe dera no Benfica.

Bernardo é médio, mas no AS Monaco o ex-treinador do Sporting tem-no encaixado a extremo. É quase sempre por ali, encostado a uma ala, que apareceu nos 34 jogos que soma esta época (cinco deles na Liga dos Campeões), entre os quais marcou quatro golos. Arriscou, saiu do Benfica, clube pelo qual torce e vai apoiar, ao Estádio da Luz, sempre que o calendário o deixa, e agora teve a recompensa de ser convocado para a seleção nacional.

Ele e Paulo Oliveira, que arrancou a temporada como terceiro defesa central na teórica ordem de escolha de Marco Silva, no Sporting e, aos poucos, mostrou ao treinador que tinha de o colocar à frente nas prioridades. Aos 23 anos já está no limite dos limites para jogar nos sub-21, mas deverá ter a titularidade que, nos leões, não larga desde a sétima jornada do campeonato (4 de outubro, em Penafiel). Vai com 32 jogos feitos e três golos marcados, todos na sequência de cantos, e também já leva bagagem de Champions (cinco partidas).

A última novidade é Ivan Cavaleiro, o único que sabe o que é treinar e passar os dias com Cristiano Ronaldo e companhia na seleção nacional. Ao extremo, de 21 anos, já ninguém lhe tira as duas internacionalizações que somou em março e outubro de 2014 — a primeira na vitória contra os Camarões (5-1, em Leiria) e a segunda na derrota frente à Albânia (0-1, em Aveiro). Está emprestado pelo Benfica ao Deportivo da Corunha — veremos se com ‘v’ de volta — e já apareceu em 27 jogos da liga espanhola, com três golos marcados pelo caminho.

Os três estarão no banco de suplentes ou no relvado do António Coimbra da Mota, estádio do Estoril, que na terça-feira acolherá (20h45, RTP1) o particular entre Portugal e Cabo Verde.

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