Numa árida colina do Egipto, uma missão espanhola que há sete anos explora a necrópole de Qubbet el Hawa descobriu a primeira evidência da História de uma mulher que morreu de cancro na mama. Algo que parece ter acontecido há mais de 4200 anos, segundo o El Mundo. “O esqueleto mostra um caso muito avançado de cancro, com as lesões próprias da doença”, descreve Miguel Botella, diretor do laboratório de Antropologia da Universidade de Granada.

O cientista que está encarregue de estudar a múmia, encontrou-a numa tumba 900 quilómetros a sul do Cairo. Trata-se de uma mulher com 1,62 metros de altura e com idade compreendida entre os trinta e os quarenta anos. Segundo Botella, os sinais de cancro na mama estão presentes em todo o corpo da mulher, “mas mais da pélvis para cima”. As análises mostraram a presença de metástases e indicam que a mulher deve ter ficado muito tempo imobilizada, como provam os sinais de osteoporose e de descalcificação.

Esta descoberta vem abalar a crença de que os cancros com esta dimensão são resultado dos ritmos de vida contemporâneos e do aumento da esperança média de vida. Mas as semelhanças entre a doença naquela altura e neste momento são bem maiores do que se esperava: “Os tratamentos paliativos não deixam que se chegue ao ponto em que estava a múmia, mas só passaram pouco mais de 4 mil anos, que é muito pouco na evolução humana”, considera Miguel Botella.

O antropólogo acredita que a mulher “deve ter sido tratada à base de medicamentos com plantas para combater a dor”. A múmia vem ilustrar um documento que detinha a descrição mais antiga de um cancro e datava de 1600 a.C..

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR