2014 foi um ano de regresso às origens com cada vez mais portugueses a optar por transportar dinheiro vivo ou fazer operações fora do sistema bancário tradicional. Como? Recorrendo a novos métodos de pagamento pela internet, como o Bitcoins. Um meio que, refere o Relatório Anual de Segurança Interna, pode potenciar crimes como a lavagem de dinheiro e o financiamento de organizações criminosas.

Segundo o documento do Gabinete Coordenador de Segurança, que reúne os dados da criminalidade registada pelas forças e serviços de segurança, o ano de 2014 “trouxe um aparente regresso a metodologias tradicionais como o transporte físico de numerário bem como um renovado interesse por sistemas extra bancários, como as instituições de pagamento e respetivos agentes ou os novos métodos de pagamento de base web“, lê-se. A título de exemplo, pode referir-se o Bitcoins (ver artigo relacionado).

Uma preocupação que não é exclusiva de Portugal, mas de todos os países da União Europeia que em 2014, através do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu aprovaram, a quarta diretiva europeia relativa à prevenção da utilização do sistema financeiro para efeitos de branqueamento de capitais e de financiamento de terrorismo. A revisão da diretiva, de acordo com o comunicado então enviado pelo Parlamento Europeu, veio “fortalecer os deveres de vigilância” já impostos a bancos, auditores, advogados, contabilistas, agentes imobiliários e casinos sobre as transações suspeitas dos seus clientes.

A mesma diretiva veio propor a criação de registos públicos que identifiquem os beneficiários efetivos de sociedades, fundos e fundações em todos os países da União Europeia “com o objetivo de reforçar a luta contra a evasão fiscal”.

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