O artista americano James Turrell entendeu que a arte em exposição na Galeria Nacional de Arte australiana devia ser apreciada sem roupa. “Ao fazermos excursões nudistas, conhecemos muito de nós próprios. Sem roupa, não se pode dizer quem tem mais dinheiro. Não existem todos aqueles significados culturais que a roupa carrega”, explica o responsável por guiar os grupos, Stuart Ringholt, à ABC News.

A instituição, localizada em Camberra, tem recebido nudistas fora dos horários oficiais, em grupos de 50 pessoas com idade superior a 18 anos. Ao chegarem à galeria, as pessoas despem-se e entregam a roupa. “Liberta o espírito”, descreve Ringholt. E quando a visita acaba, todos os seus bens são devolvidos.

E não é estranho? Os visitantes dizem que não: “toda a gente está ali junta, por isso não é estranha”, conta um dos homens que aderiu ao desafio. A proposta de Turrell foi implementada também no Japão, onde os desenhos, hologramas e fotografias estiveram em exposição. O artista queria quebrar barreiras e aproximar a audiência às obras. “É tudo muito neutral, por causa da luz”, diz uma senhora.

No fundo, passa por fazer arte com a própria audiência e em tempo real. Ringholt realça o facto de a pele dos visitantes mudar de cor de acordo com a sala em que estavam: “há uma sala chamada Gansfield. Tem luzes avermelhadas e é realmente bonito ver as pessoas a sair da sala”. “Ponho os visitantes numa posição em que sentem a física da luz”, resume James Turrell no site da exposição.

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