Por ano, há até mil novos casos de melanoma em Portugal. Os dados são da Liga Portuguesa Contra o Cancro, que alerta ainda que “nos países ocidentais, todos os anos o melanoma tem aumentado”. A doença, que é causada quando as células pigmentares da pele se tornam malignas, é um dos tipos mais comuns de cancro e afeta qualquer faixa etária, embora seja mais frequente nos mais velhos.

Nem sempre foi assim: “No início do século era considerado um tumor raro”, informa a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo.

O que contribuiu então para fazer disparar os números do cancro na pele? A BBC noticia que parte da culpa pode vir dos anos 70, quando os pacotes de férias se tornaram mais baratos e acessíveis. E toda a gente passou a ir para sítios com praia e muito sol. Segundo o Centro de Pesquisa do Reino Unido, as pessoas não tinham noção de como prevenir a doença há quarenta anos. Prova disso é que no país existem agora 5700 pessoas diagnosticadas todos os anos, contra apenas 600 durante os anos setenta.

Sue Deans foi diagnosticada com cancro na pele em 2000 e novamente sete anos mais tarde. “Fiz parte dessa geração, quando os pacotes de férias se tornaram suportáveis para o bolso e em que se podia viajar quase todo o ano”, conta a mulher de 69 anos à BBC. Assume também que “não havia muita compreensão na altura sobre o impacto que muito sol pode ter no risco de contrair cancro na pele” e portanto costumava apanhar muitos escaldões.

O cancro na pele tem aumentado muito rapidamente em todas as faixas etárias, conforme alerta Richard Marais do Centro de Pesquisa do Reino Unido. “É importante que as pessoas estejam atentas à pele e que procurem opinião médica se virem alguma alteração”, acrescenta. E explica que os melanomas nos homens costumam ser detetados nas costas, ao passo que nas mulheres os sinais podem começar nas pernas.

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