O Supremo Tribunal de Justiça tem neste momento nas mãos um processo de investigação ao presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, Vaz das Neves, por causa do alegado envolvimento do juiz no caso Vistos Gold. A Procuradoria-Geral da República confirmou ao Observador que foram enviadas para o Supremo certidões extraídas do processo e que está a ser levada a cabo uma investigação, mas ainda sem arguidos definidos. Contudo, o facto de ser o Supremo a ter a investigação nas mãos indicia tratar-se do presidente da Relação, uma vez que apenas aquele tribunal superior tem competência para isso.

A notícia vem na sequência da notícia do jornal i de terça-feira que dava conta que Vaz das Neves tinha sido apanhado nas escutas do caso Vistos Gold. De acordo com o jornal, o presidente da Relação de Lisboa ofereceu apoio pessoal e institucional “em tudo o que seja necessário” a António Figueiredo, então presidente do Instituto dos Registos e Notariado, apanhado no caso do favorecimento dos Vistos Gold.

A Procuradoria-Geral da República garante em resposta ao Observador, que está em curso uma investigação, mas que estão a ser investigados “factos” e que o processo “não tem arguidos constituídos”.

“Foi extraída e enviada ao Supremo Tribunal de Justiça uma certidão. Num primeiro momento, foi instaurado um inquérito que versava toda a matéria constante da mesma. Posteriormente, foi decidido autuar parte da matéria como processo autónomo. Assim sendo, estão em investigação dois inquéritos, um dos quais já em fase final. Investigam factos e não têm arguidos constituídos”, garante a PGR.

Entretanto o mesmo jornal, acrescenta na edição desta quarta-feira mais informação sobre o caso Vistos Gold. Escreve o i que o ex- diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Manuel Jarmela Palos, foi avisado por um elemento da Unidade Nacional Contra o Terrorismo que seria alvo de buscas. Além disso, conta o jornal que um dos empresários envolvidos no caso já tinha dito num telefonema em mandarim que estavam “todos sob escuta”.

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