Marcelo Rebelo de Sousa considera que não há nada de “mais nocivo e lesivo” para o interesse nacional do que a realização de uma greve de dez dias em cima da apresentação das propostas para comprar a TAP.  Apesar de questionar a decisão do governo de avançar com a privatização da empresa, perto do final do mandato, o comentador sublinha, que uma vez decidido avançar com o processo, a realização de dez dias de greve, a cinco dias do prazo para entrega de ofertas vinculativas (15 de maio) vai retirar valor à empresa.

Os concorrentes vão pensar que “isto vale cada vez menos”, realça Marcelo no espaço de comentário no jornal da TVI, lembrando o custo de dezenas de milhões de euros previsto com este protesto. E depois, acrescenta , esta greve “é suicida para os pilotos”. Se a privatização falhar ou for feita “ao preço da uva mijona”, terá de haver uma reestruturação da empresa, o que pode significar a ida para a rua de pilotos e outros trabalhadores da TAP.

O comentador não quer entrar na discussão sobre as razões invocadas pelos pilotos, designadamente o acordo de 1999 que lhes prometia uma participação de até 20% do capital na TAP, admitindo que o Estado deve ser uma pessoa de bem e cumprir as suas promessas. Mas assinala a originalidade desta pretensão, e realça que toda a gente está contra a greve, “da extrema direita à extrema esquerda” porque é o interesse nacional e empresarial que sai “lesado”, para além do interesse dos próprios.

Não obstante reconhecer que os capitalistas não são bons samaritanos, Marcelo Rebelo de Sousa, defende que o ideal seria que os candidatos à compra da TAP chamassem a atenção dos pilotos para a irresponsabilidade desta greve, em termos de interesse nacional.

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