O Rivoli Teatro Municipal, no Porto, e a Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, vão mostrar pela primeira vez o filme que Manoel de Oliveira realizou para ser exibido após a sua morte. O cineasta morreu na madrugada de 2 de abril, aos 106 anos. O momento de ver “Visita ou Memórias e Confissões” chega a 4 de maio, às 19h00, na Invicta, e a 5 de maio, às 21h30, em Lisboa.

Dirigido em 1982, o filme autobiográfico foi depositado pelo realizador na Cinemateca Portuguesa, com a indicação explícita de apenas ser apresentado após a sua morte, e só foi visto num círculo restrito, a convite do cineasta, mantendo-se inédita para o público em geral.

Visita ou Memórias e Confissões” tem por base um texto de Agustina Bessa-Luís, vozes de Diogo Dória e Teresa Madruga. Mostra a casa do Porto onde o realizador viveu e viu a sua família crescer, ele que também nasceu na Invicta, na freguesia de Cedofeita, em 1908. “Uma casa é uma relação íntima, pessoal, onde se encontram as raízes (…) a meu pedido, a Agustina fez um texto, muito bonito, a que chamou Visita. E eu acrescentei-lhe algumas reflexões sobre a casa e sobre a minha vida”.

No dia da morte do cineasta, José Manuel Costa, diretor da Cinemateca Portuguesa, em declarações à Lusa, revelou que o filme “começa por ser uma referência à casa onde vivia, que teve de deixar por vicissitudes da sua vida”. “Tem um caráter pessoal que, devido a isso, ele pediu para só ser divulgado amplamente depois do seu falecimento”, acrescentou.

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