Um forte sismo, de magnitude 7,8 na escala de Richter, atingiu este sábado o Nepal, tendo sido sentido também em algumas regiões da Índia, segundo o Instituto de Geofísica Norte-Americano (USGS, sigla em inglês). A contagem de mortos não para de subir: as últimas declarações do Ministério do Interior aponta já para 758 mortos, segundo refere o Indian Express, mas o um porta-voz da polícia, citado pela BBC, refere mil mortos.

“O balanço de mortos atingiu os 1.170″, disse o porta-voz da polícia, Kamal Singh Bam citado pela France Press.“Os trabalhos de socorro ainda estão em curso. Receamos que o balanço aumente à medida que removemos os escombros.”

Esta catástrofe já levou à declaração do estado de emergência de país. Além do número de mortos que pode continuar a crescer, há centenas de feridos e podem ainda estar muitas pessoas presas nos destroços. Caíram vários edifícios, alguns deles históricos, outros considerados Património Mundial da UNESCO. Entre os edifícios mais emblemáticos destruídos está a torre Dharahara – um edifício construído em 1832 que tinha quase nove andares, em 62 metros de altura.

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O terramoto ocorreu às 11h56 hora local (07h11 em Lisboa) a 81 quilómetros a noroeste de Katmandu, onde danos materiais foram registados pelos meios de comunicação, segundo a imprensa local. Os escombros dos edifícios que ruíram podem ter retido centenas de pessoas, segundo a Reuters.

O Observador tentou contactar o Consulado de Portugal em Katmandu e a Embaixada de Portugal em Nova Deli à procura de mais informações, mas não conseguiu estabelecer a ligação. O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, quando contactado pelo Observador, também ainda não tinha informações para já estava a encetar esforços nesse sentido.

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Cerca de uma dúzia de corpos foram retirados das ruínas da torre Dharhara, património da UNESCO no centro da capital, que sofreu enormes danos devido ao sismo que atingiu o país, e que foi também sentido nos países vizinhos, na hora do almoço, de acordo com um fotógrafo da agência francesa AFP que está no local da tragédia.

Um ministro nepalês diz que houve “danos enormes” perto do epicentro. “Precisamos do apoio das várias agências internacionais, que têm melhores conhecimentos e equipamentos para lidar com a emergência com que estamos confrontados”, afirmou Minendra Rijal, ministro da Informação, citado pela BBC.

“As paredes das casas estão a desabar à minha volta, sobre as estradas. Todas as famílias estão fora de suas casas, nos seus quintais. Os tremores estão ainda a acontecer”, disse um repórter da agência AFP em Katmandu.

Segundo as informações mais recentes, dadas pelo USGS, o sismo – aconteceu a 68 quilómetros a leste da cidade turística de Pokhara – terá tido uma magnitude de 7,8 na escala de Richter. O sismo foi sentido tanto no Nepal como nos países vizinhos, como Índia – incluindo a cidade de Nova Deli (a 320 quilómetros do epicentro) -, Paquistão e Bangladesh. As várias réplicas que se fizeram sentir, de magnitude 4,5 e 6,6, duraram entre 30 segundos e dois minutos.

“Estamos no processo de procurar mais informações e a trabalhar para alcançar os mais afetados, nos dois lados da fronteira”, disse o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

O abalo foi sentido noutros países, incluindo a Índia, onde pelo menos 35 pessoas morreram, e provocou uma avalancha nos Himalaias que atingiu um campo base do Monte Evereste, matando pelo menos 10 pessoas, entre as quais alpinistas estrangeiros, segundo o departamento de turismo do governo nepalês.

O edifício da AFP em Deli foi evacuado duas vezes após o terramoto, disse um dos correspondentes da agência francesa.

Esta região tem potencial para sismos fortes por se encontrar na zona de encontro entre a placa continental indiana e a placa continental euro-asiática, explica o Instituto de Geofísica Norte-Americano. Ainda assim, nos últimos 100 anos só se registaram quatro sismos acima de 6 na escala de Richter, num raio de 250 quilómetros do sismo deste sábado. Um deles, em agosto de 1988, teve uma magnitude de 6,9 e matou 1.500 pessoas. Outro, o maior, aconteceu em 1934. O sismo de magnitude 8 foi sentido em Katmandu e provocou mais de dez mil mortos. O mais recente, aconteceu no nordeste da Índia, em 2011. Teve magnitude 6,9 e matou 110 pessoas.

Atualizado 17h50