Um funcionário do Banco de Portugal foi constituído arguido por ter passado informações sobre ações de fiscalização a um grupo envolvido num esquema de branqueamento de capitais, noticiou o Diário de Notícias.

O funcionário terá fornecido informações ao longo de anos, facilitando a lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de droga em Espanha, e por isso foi constituído arguido pelo crime de corrupção passiva. No processo estarão envolvidos cinco gestores das empresas MoneyOne e Transfex.

“Se for provado o envolvimento do colaborador no caso referente à MoneyOne, o Banco de Portugal agirá disciplinarmente”, respondeu o BdP numa declaração enviada ao DN. “Entretanto, o colaborador em causa será suspenso e será aberto um processo para averiguações.”

A investigação, de este caso complexo, tem sido conduzida pela Unidade Nacional Contra a Corrupção (UNCC), que identificou uma estrutura “muito bem organizada”. Até ao momento, forma identificadas estratégias de branqueamento de capitais como um software de encriptação para as comunicações e a utilização de carros de alta cilindrada com fundos falsos para o transporte de dinheiro entre Espanha e Portugal.

A investigação da UNCC já levou à detenção de cinco pessoas. Esta sexta-feira, o juiz de instrução Carlos Alexandre determinou a prisão preventiva de três elementos e medidas de suspensão de exercício de atividade na área financeira, proibição de ausência do país e de contactos entre eles, aos restantes.

Empresas como a MoneyOne, ligadas a remessas de dinheiro, tornaram veículos privilegiados de branqueamento de capitais. A circulação do dinheiro fazia-se entre empresas fictícias em Portugal e no estrangeiro, o que levou ao cancelamento de mais de 100 contas bancárias. Segundo o Diário de Notícias, o Banco BIC encontra-se sob investigação por terem facilitado depósitos de milhares de euros em numerário, sem dar o alerta de branqueamento.

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