Apesar de haver quem ainda lhe chame chef, Olivier da Costa largou a jaleca faz tempo. Agora é, como gosta de dizer, um restaurateur. Será, numa versão aportuguesada da coisa, um ‘restaurautor’. Um autor de restaurantes, portanto, que desenvolve conceitos e os aplica quase sempre nos arredores da Avenida da Liberdade, a zona mais luxuosa de Lisboa. Em pouco mais de um quarteirão, Olivier é dono e senhor de cinco casas: Olivier Avenida, Yakuza, K.O.B, Guilty e este Petit Palais, aberto há pouco mais de uma semana.

Petit Palais

A entrada do novo restaurante de Olivier. (foto: Tiago Pais / Observador ©)

Petit Palais?

Oui. Tal como o nome deixa antever, a mais recente aquisição do quartier Olivier é de inspiração francesa. O palacete onde viveu o mecenas António de Medeiros e Almeida, paredes-meias com a fundação homónima, foi completamente restaurado e transformou-se num retiro gastronómico de luxo, onde a cozinha é francesa, sim, mas com muito pouco de nouvelle. “Isto é bistro chic, com os clássicos todos”, explica Olivier, que contratou um casal de cozinheiros vindos do Mónaco para garantir a autenticidade do produto final. Os clássicos a que se refere estão todos na carta: ostras, escargots (caracóis) com manteiga, salsa e alho, linguado meunière, bife tártaro ou até foie gras fresco, entre muitos outros. Mas o tempo passado à mesa é apenas uma parte da experiência total.

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Petit Palais

A opulenta sala de estar do Petit Palais. (foto: Tiago Pais / Observador ©)

Não é só o corpulento mas sorridente segurança à porta que denuncia que se está perante um restaurante especial. Nem a decoração faustosa, de autoria do designer Giano Gonçalves, que parece saída de um qualquer palácio setecentista. Também contribui para essa perceção o mordomo que recebe os clientes e escreve à pena, as duas salas privadas, uma delas instalada na antiga capela, recheada de poltronas e garrafas de Moët & Chandon, e alguns pormenores, como o móvel com uma seleção de charutos para o pós-refeição ou o lavatório da casa de banho das senhoras, instalado numa antiga mesa de bilhar.

“A ideia do Petit Palais é ser um restaurante/bar, onde as pessoas possam aparecer a qualquer hora para comer e beber um copo, seja antes do jantar ou depois do jantar. E vamos ter festas, como tivemos na inauguração com o tema The Great Gatsby.”

Como diz Olivier, não é obrigatório que quem visita o Petit Palais o faça para almoçar ou jantar. Mas quem o fizer irá ficar admirado com a sala de refeições, que ocupa o espaço exterior a que chamam o “jardim do amor”, onde não falta vegetação vertical, uma cascata pujante e até uma série de cadeados em exposição que evocam os da parisiense (e mítica) Ponte das Artes.

Se ao jantar a ementa é composta pelos clássicos supracitados, ao almoço está disponível um menu executivo por 36€ (bebidas incluídas) que inclui entrada, prato principal (carne e peixe), sobremesa, bebida e café. Isto de segunda a sexta, com sugestões que vão variando diariamente. Exemplos: crepe do mar com molho de crustáceos à terça-feira, dourada com tapenade e arroz de açafrão com chouriço à quarta ou blanquette de vitela com arroz à sexta. E nem as sobremesas da carta se afastam um milímetro do conceito. O Paris-Brest com creme de praliné tem feito sucesso mas também há macaron com creme de líchias e framboesa ou o obrigatório petit gâteau, que Olivier diz ter sido o primeiro a trazer para Portugal. Se já nessa altura inovava, agora fá-lo ainda mais. E não vai ficar por aqui.

Petit Palais

No exterior, as poltronas vermelhas misturam-se com a vegetação das paredes. (foto: Tiago Pais / Observador ©)

O que se avizinha

Não faltam ideias nem projetos e, muito menos, capacidade de investimento a Olivier. Só assim se explica que apenas três meses depois de ter aberto o K.O.B (Knowledge of Beef), uma casa especializada em carnes maturadas, o empresário tenha decidido arrancar com o Petit Palais, que inicialmente até estava pensado para ser um clube privado, exclusivo para quem pagasse uma quota anual, um conceito entretanto abandonado.

O que Olivier não abandonou, apesar de ter encerrado, para já, foi o Honra, o seu restaurante de cozinha tradicional portuguesa, instalado, até há uns meses, no piso térreo do The Beautique Hotel, na Praça da Figueira. “Vamos reabri-lo”, garante. Ainda não há localização para a nova encarnação do espaço, mas o responsável garante estar de olho em pelo menos dois espaços na sua zona de influência. Até lá, vai introduzindo novidades nas suas casas: no Olivier Avenida estreou-se, há três semanas, um buffet de almoço, com showcooking e os pratos mais conhecidos dos restaurantes do grupo a 18,50€/pessoa e no K.O.B os almoços também têm agora um menu especial de primavera, mais fresco, a 25€.

Mas as novidades não se ficam por aqui. Nem por Lisboa. Em breve a sua marca vai chegar a Cascais, à estalagem Villa Albatroz (onde, há cerca de uma década, nasceu o 100 Maneiras). O restaurante vai chamar-se Reserva by Olivier e, como o nome indica, vai envolver vinho (e petiscos). Mas há mais. Durante o verão, o empresário também estará a explorar uma das concessões da Praia de São João (“a última do lado esquerdo”, diz) em conjunto com alguns sócios, num espaço que ainda não tem nome escolhido. Resumindo, não tarda voltaremos a falar dele.

Nome: Petit Palais
Morada: Rua Rosa Araújo, 37 (Avenida da Liberdade), Lisboa
Telefone: 93 160 1000
Emailpetitpalais@olivier.pt
Horário: As refeições servem-se de segunda a sexta, das 12h00 às 16h00 e das 19h00 às 00h00. Ao sábado a cozinha abre apenas ao jantar. O bar tem horário alargado, até, pelo menos, às 02h00.
Preço Médio: 60€
Reservas: Aceitam.