A Interpol lançou um alerta em 190 países sobre o 2.4 – Dinitrofenol (DNP), um comprimido para emagrecer que já matou pelo menos 64 pessoas no mundo. Uma delas foi a britânica Eloise Parry, de 21 anos, que tomou oito comprimidos e acabou morta após a temperatura corporal ter subido até aos 42 graus, conta o International Business Times.

O alerta foi criado pelo governo francês, depois de serem conhecidos os resultados dos testes levados a cabo nos laboratórios da Agência Mundial Antidoping, sediados na Austrália. A instituição sublinhou que o DNP é produzido em laboratórios clandestinos, sem as condições de higiene necessárias nem a presença de especialistas da área.

Os comprimidos adelgaçantes DNP foram inventadas durante a I Guerra Mundial pela indústria de munições francesa. A sua composição inclui ácido pícrico, um químico altamente explosivo, que é utilizado de modo legal em venenos agrícolas (e em munições).

Na altura, os trabalhadores que tomaram DNP diminuíram de peso, mas ficavam cansados mais depressa, transpiravam demais e sua temperatura corporal subia. Um relatório feito em 1933 pela Universidade de Stanford provou que o metabolismo acelerava em 50%. A consequência era a morte.

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A Sky News explica agora que o medicamento queima gorduras ao acelerar freneticamente o metabolismo humano, causando um aumento exponencial da temperatura corporal, desidratação, vómitos e arritmias. Quando utilizado de forma continuada, o DNP provoca cataratas, lesões na pele e cancro.

Num blog desportivo, Josh Hodnik descreve a experiência que teve ao tomar o DNP. O homem, que frequenta intensivamente ginásios, escreve que esta é “a droga mais eficaz e mais perigosa para a perda de gordura”. Segundo Hodnik, os resultados musculares foram impressionantes, mas “os efeitos secundários foram piores do que tinha lido”. Sentia-se constantemente muito quente, transpirava a noite toda e tinha dificuldades em terminar as tarefas diárias. “Podes terminar o ciclo com menos gordura corporal, ou então num hospital morto”, sublinhava.

Em Portugal, já existem muitas pessoas que experimentaram DNP e que dizem não ser para qualquer um. Apesar dos mitos de que o comprimido já não está disponível, são muitos os fóruns desportivos que dizem que ele ainda está no mercado e a um preço acessível. Mas nenhum deixa de sublinhar os riscos associados à sua utilização.

Ainda assim, o comprimido é usado por muitos amantes da prática desportiva e por pessoas desesperadas por perder peso.

O DNP é vendido online por menos de cem euros, sob a promessa de que pode diminuir o peso em cerca de 500 gramas por dia sem necessidade de dietas. O DNP pode ser encontrado sob a forma de cápsulas ou creme, a entrega é sempre muito célere e vem acompanhada de amostras gratuitas, escreve o Daily Mail.

Segundo o Serviço Nacional de Informação de Venenos, existem 300 inquéritos em andamento sobre o DNP desde 2013, contra seis que existiam até 2012.