O British Polling Council, associação supervisora da publicação de sondagens no Reino Unido, decidiu abrir um inquérito para perceber porque é que as sondagens publicadas antes das eleições de quinta-feira passada ficaram tão longe dos resultados verificados. Até ao dia do escrutínio, todos os estudos de opinião davam um empate técnico entre os Conservadores e os Trabalhistas. O jornal inglês Guardian chegou mesmo a anunciar uma sondagem que dava ligeira vantagem dos Trabalhistas na própria quinta-feira, mas a vitória foi para os Conservadores – e logo por maioria absoluta.

“As últimas sondagens antes da eleição claramente não foram tão precisas quanto gostaríamos”, lê-se num comunicado emitido na sexta-feira pelo British Polling Council, que tem como associadas as principais empresas e organizações que fazem estudos de opinião no Reino Unido. “O facto de todas as análises subestimarem a vantagem dos Conservadores sobre os Trabalhistas sugere que os métodos usados devem ser sujeitos a uma investigação cuidadosa e independente”, diz ainda.

Na tabela abaixo, o British Polling Council resumiu todas as sondagens publicadas nos dias imediatamente antes das eleições. Nenhuma se conseguiu aproximar dos verdadeiros resultados.

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O cenário apresentado pelos estudos de opinião apontava para um governo minoritário, colocando-se mesmo a hipótese de haver novas eleições ainda antes do fim do ano. Depois, a sondagem à boca das urnas contrariou todas as expectativas, dando aos Conservadores uma vitória por larga margem: 316 deputados contra 239 dos Trabalhistas. O partido liderado por David Cameron acabou por vencer com 331 deputados, deixando os Trabalhistas de Ed Miliband com apenas 232 lugares na Câmara dos Comuns.

O inquérito vai ser liderado por Patrcik Sturgis, professor da Universidade de Southampton especializado em metodologias de pesquisa e também diretor do National Center for Research Methods, que se dedica a fixar e estudar as regras metodológicas que enquadram as ciências sociais no Reino Unido. Para já essa é a única coisa que se sabe, mas o El Mundo divulga que os resultados do inquérito deverão ser conhecidos no prazo máximo de dois meses.