O ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso afirmou hoje, num canal de televisão húngaro, que a Hungria só poderá retomar a pena de morte se sair da União Europeia. “Se um Estado-Membro quer [restabelecer a pena de morte], pode fazê-lo, mas, neste caso, terá de sair da União Europeia”, disse o ex-primeiro-ministro português, numa entrevista à estação de televisão húngara ATV. Recentemente, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, pediu um debate sobre o regresso da pena de morte.

“O restabelecimento da pena de morte não é possível num Estado-Membro da União Europeia. O debate foi encerrado há muito tempo, todos os Estados-Membros são claros quanto a isto”, insistiu Durão Barroso, que presidiu à Comissão Europeia durante dez anos, entre 2004 e 2014. Numa entrevista na sexta-feira a uma rádio, o primeiro-ministro húngaro defendeu que os Estados-Membros da União Europeia deveriam ser capazes de decidir sobre uma matéria de âmbito nacional.

Em abril, Viktor Orban disse, a propósito do homicídio de um vendedor de uma loja durante um assalto, que a pena de morte “devia ser mantida em agenda”. A Hungria aboliu a pena de morte após o fim da era comunista, em 1990, preenchendo uma condição-chave para ser membro da União Europeia. A sua adesão à UE foi formalizada em 2004.

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