Foi notícia durante esta semana que o PSV ia ter um olheiro no Estádio António Coimbra da Mota para ver Pawel Kieszek em ação diante do Sporting. Já há quem se despeça dele, no Estoril. Caro, Pawel, faz boa viagem até Eindhoven, e envia-nos um postal de lá! O relatório do tal olheiro dirá que Kieszek é experiente, foi quase sempre suplente em Portugal – no Braga, primeiro, e no Porto, depois –, mas, em Setúbal, sobretudo com José Couceiro, na segunda época, mostrou ser um guarda-redes de indiscutível valor. Couceiro não tardou a levá-lo consigo para o Estoril europeu, e logo Pawel “sentou” o habitual titular, o experiente Wágner. Não terá dificuldades, dir-se-á, em tomar igualmente o lugar de Jeroen Zoet, que nunca foi um indiscutível no onze de Phillip Cocu.

Estoril: Pawel Kieszek; Anderson Luís, Yohan Tavares, Rúben Fernandes e Babanco; Diogo Amado, Filipe Gonçalves e Léo Bonatini; Fernandinho, Kléber e Sebá
Sporting: Rui Patrício; Cédric Soares, Paulo Oliveira, Ewerton e Jonathan Silva; William Carvalho, Adrien Silva e João Mário; André Carrillo, Fredy Montero e Carlos Mané

Mas vamos ao jogo propriamente dito. Marco Silva regressava a uma casa que é sua, ao Estoril que subiu à Primeira Liga e fez europeu, e foi apelidado de “Mourinho da Amoreira” pelos adeptos do clube da linha. De parte a parte, já pouco há o que decidir: o Sporting quer o segundo lugar, quer ser o clube com menos derrotas, e quer, sobretudo, não perder ritmo para a final da Taça de Portugal; o Estoril, por sua vez, não perde em casa desde que a dupla Fabiano Freitas-Hugo Leal assumiu o balneário, mas dificilmente chegará aos lugares que dão acesso à Liga Europa.

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A primeira parte do encontro nem sempre foi um regalo de técnica para quem assistiu, mas, valha-nos isso!, até foi disputada. O Estoril fez alterações em relação ao último jogo com o Vitória de Guimarães, e apostou em Léo Bonatini, que apesar do apelido italiano e de já ter jogado na formação da Juventus, é mineiro, de Belo Horizonte, e no veloz Fernandinho. No banco ficaram os habituais titulares Balboa e Tozé. Já Marco Silva, que durante a semana admitiu que a rotação que vem fazendo baixou significativamente a qualidade de jogo do Sporting, “sentou” Tanaka, e devolveu a titularidade a William, Adrien, João Mário e Carrillo.

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O Sporting dominou quase sempre, com mais posse e mais ataques, mas abusou em demasia dos cruzamentos para a área, onde Montero foi sempre bem anulado por Yohan Tavares. O Estoril defendia no seu meio-campo, deixando unicamente o brasileiro Kléber perto dos centrais do Sporting, e mesmo Bonatini, que até é ponta-de-lança, recuava para o miolo. Na hora de contra-atacar, era o médio Filipe Gonçalves quem tinha por missão lançar rapidamente o Estoril para a frente, quer através de Fernandinho, quer, sobretudo, através Sebá, na direita. O ex-Porto, que até faz lembrar Hulk, pela potência física e pelo modo como controla a bola com a canhota, foi sempre uma valente dor de cabeça para o regressado à titularidade Jonathan Silva.

O jogo manteve-se nesta toada, morna, mais sobressalto menos sobressalto, com um remate aqui e outro acolá, mas sempre sem perigo, até que, aos 24′, Fernandinho lança-se numa correria pela esquerda, ultrapassa Cédric como quem vai de mota, mete na área, e o corte de Ewerton sobra para trás, onde Sebá surge a desviar de Patrício. O Estoril ganhava na Amoreira, contra a corrente do jogo.

O Sporting tenta reagir até final. Há Adrien a lançar os extremos, mais Carrilho que Mané nos desequilíbrios, mas a defensiva do Estoril não tinha grandes dificuldades em limpar os sucessivos cruzamentos do Sporting. Intervalo no Estádio António Coimbra da Mota.

Os primeiros 15′ da segunda parte foram mais do mesmo. O Sporting a tentar chegar à baliza do Estoril, talvez mais pelo centro que só pelas alas, mas a defensiva canarinha, menos pressionaste que no primeiro tempo, não tremia. Aos 53′, João Mário, que até fez um jogo de baixa intensidade, forçou entrar pela direita, e foi derrubado por Babanco. Falta. No livre que se lhe seguiu, Carrilho cruza para a entrada da área, Jonathan Silva remata torto, de primeira, mas Ewerton, na área e de cabeça, consegue desviar para o poste mais distante. Golo do Sporting.

A seguir, e enquanto houve futebol, já só quase só se viu Pawel Kieszek. Aos 56′, e com o Sporting a combinar bem à entrada da área, Montero remata em jeito para uma defesa vistosa do polaco. O Estoril ainda tentou repetir a graça da primeira parte, com Fernandinho a ir novamente de moda pela esquerda, mas faltou-lhe o combustível e Patrício defendeu o remate. Foi aos 59′.

Logo depois, aos 62′, Carlos Mané, que subiu de nível após o intervalo (curiosamente, Carrillo desceu), ultrapassa dois adversários na esquerda, centra para o japonês Tanaka na área, que de cabeça vê Kieszek negar-lhe o golo da vitoria com uma defesa incrível, a desviar a bola para a barra. Se o passaporte para Eindhoven já o tinha, a carimbadela que faltava, deu-a ali.

A dupla de treinadores do Estoril, aos 69′, troca o lesionado Kléber por Bruno Nascimento, e o Estoril passa a jogar com trás centrais. Marco Silva ainda lança Capel e André Martins, mas já pouco ou nenhum futebol se viu até final. Com a vitória do Porto esta noite, o Sporting deixa de poder chegar ao segundo lugar, e recebe para a semana o Braga, naquele que será o ensaio para a final do Jamor.