Os incêndios florestais mais do que quintuplicaram este ano em relação a 2014, tendo-se registado 4.320 fogos desde o início de 2015, segundo dados enviados à agência Lusa pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

A ANPC, que cita dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entidade que compila a informação relativa às ocorrências, adianta que se registaram, até 05 de maio, 4.320 incêndios florestais, mais 3.474 do que no mesmo período do ano passado, quando ocorreram 846 fogos.

Numa resposta enviada à Lusa, a ANPC refere que a maioria dos incêndios tem sido de pequena dimensão devido “à pronta intervenção dos bombeiros no seu combate”, que evita a sua propagação e reduz os danos ao nível da perda de floresta.

Este ano ocorreram dois incêndios que ultrapassaram os 500 hectares de área florestal ardida, tendo um deles, o que deflagrou em Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real, durado mais do que 24 horas, acrescenta a ANPC.

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De acordo com a Proteção Civil, a causa da grande maioria dos incêndios verificados este ano resulta de causas negligentes relacionadas com “más práticas de uso do fogo na realização de queimas para limpeza de sobrantes de explorações agrícolas e queimadas para renovação de pastagens em áreas de alta montanha”.

A ANPC adianta ainda que este ano sofreram ferimentos ligeiros 39 bombeiros durante o combate aos incêndios florestais, designadamente escoriações, intoxicações e má disposição.

Os 4.320 fogos ocorreram antes de ter início a fase Bravo de combate a incêndios florestais, a segunda mais crítica, que começa na sexta-feira e se prolonga até 30 de junho.

Para a fase Bravo, vão estar mobilizados 6.583 operacionais, 1.541 viaturas, 34 meios aéreos, segundo o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) para 2015.

Os meios aéreos vão estar disponibilizados de forma faseada, estando operacionais, a partir de sexta-feira, oito, que vão aumentando durante o mês de junho até atingirem os 34 a 20 de junho.

A fase mais crítica em fogos florestais, a fase charlie, vai ocorrer entre 01 de julho e 30 de setembro, que contará com um total de 2.050 veículos, 9.721 operacionais e 49 meios aéreos, um dispositivo idêntico ao de 2014.

No ano passado, o total da área ardida foi de 19.867 hectares, o segundo valor mais baixo dos últimos 35 anos, e registaram-se 7.186 ocorrências de fogo, o valor mais baixo dos últimos 25 anos.