A TAP propôs um acordo de princípio ao Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) com o objetivo de tentar travar a greve de dez dias convocada pela organização, adianta o Diário de Notícias. O aumento das ajudas de custo e das horas extraordinárias eram duas das quatro propostas de curto e de longo prazo previstas pela transportadora.

O primeiro ponto do acordo previa uma revisão em alta do valor das ajudas de custo em deslocações realizadas para fora da zona euro, para países como o Brasil ou os Estados Unidos da América. De acordo com o DN, o presidente da TAP, Fernando Pinto, estava disposto a aumentar estas ajudas em pelo menos 10%.

Outro dos pontos dizia respeito às horas extraordinárias. Em cima da mesa estava a proposta de redução em 5% do número de horas normais de trabalho por mês, de modo a que os pilotos passassem a ter a possibilidade de fazer mais horas extraordinárias.

O acordo de princípio propunha ainda o pagamento de uma compensação durante cinco anos após a privatização da transportadora. Segundo o DN, de modo a não sobrecarregar os primeiros cinco anos do business plan da TAP, os pilotos receberiam uma compensação a partir do décimo primeiro ano após a venda, com efeitos cumulativos e durante cinco anos. Isto significa que, a partir de 2026, os pilotos passariam a receber um prémio anual de 15%.

A quarta e última proposta previa a suspensão dos processos disciplinares de alguns pilotos, relacionados com o incumprimento dos regulamentos internos da TAP.

Os quatro pontos estiveram a ser negociados até dia 30 de abril à noite, véspera do início da greve. O acordo, que já tinha sido autorizado pelo Governo, foi rejeitado à última hora pelo SPAC. Fonte oficial do sindicato dos pilotos, disse ao DN que as propostas eram “insignificantes” e “mais do mesmo”. “Não são credíveis nem são para negociar. A TAP e o Governo nunca quiseram resolver nada com os sindicatos”, acrescentou ainda a mesma fonte.