“Se daqui a três anos não estivermos na lista dos 50 melhores bares do mundo, arrumo as coisas e sigo para outra.” A frase é de Emanuel Minêz, um dos responsáveis pelo novíssimo Red Frog e não deixa margem para dúvidas: este não é só mais um bar acabado de inaugurar em Lisboa, mas antes um espaço que vai deixar a sua marca. E há cinco razões que ajudam a explicar a afirmação. Vamos a elas.

1. O conceito “speakeasy” é único na cidade
Sim, a cidade tem, há muitos anos, um bar chamado Speakeasy, perto das Docas, mas que não leva à letra, longe disso, o conceito surgido na chamada época da proibição, nos Estados Unidos. Os estabelecimentos que vendiam álcool ilegalmente nessa época eram conhecidos como speakeasies. E porquê? Porque era obrigatório falar-se (speak) com cuidado (easy) sobre tais sítios para não alertar as autoridades. O Red Frog recupera muito do espírito e visual dessa época. E não o faz só por funcionar à porta fechada, numa cave que até há pouco tempo acolhia…um stripclub. Nada disso, o Red Frog é speakeasy na decoração, na música, na forma como os barmen se apresentam e até no facto de ter uma sala secreta a que se acede empurrando uma das paredes do fundo. Sala essa que servirá, no futuro, para acolher apresentações, grupos ou para, simplesmente, aumentar a capacidade do bar.

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2. A carta de cocktails vai ser longa. E de autor(es)
O bar vai estar em soft opening até setembro. E não, não é gralha, serão mesmo quatro meses nesse modelo. A explicação é simples. Emanuel gere o Cais da Praia, um bar/restaurante na praia da Foz do Arelho que se torna especialmente afreguesado nos meses que se avizinham. Assim, durante o verão será o outro sócio, Paulo Gomes, a estar mais presente e a afinar o conceito do espaço. No final da época, juntar-se-ão de novo os dois a tempo inteiro para lançar, em definitivo, o Red Frog. Nessa altura já estará disponível a carta com 30 cocktails de autor (10 de Emanuel, 10 de Paulo e 10 do convidado Marian Beke, do londrino Nightjar, o 3º melhor bar do mundo). E os clássicos? “Também faremos, claro, mas dando-lhes o nosso twist“, assegura Emanuel, que tem uma certeza em relação à próxima tendência da cidade: “são os cocktails, sem dúvida”.

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3. Tem rede de telemóvel muito limitada
E de que forma pode isto ser uma qualidade? Várias. Para já, impede os clientes de estar com os olhos em baixo, no smartphone, a refrescar a rede social da sua preferência a cada meio minuto, em vez de socializar com os restantes convivas, essa atividade tão secular. Depois, permite que todos apreciem cada detalhe do bar, dos cocktails à decoração, da música à ementa. Por falar nela, a secção que lista as regras da casa merece especial atenção, do ponto VI ao VIII.

VI – A noite é a melhor parte do dia. Aproveite para se divertir. Pedimos que o telefone esteja em OFF ou em SILÊNCIO e que as fotografias sejam sem FLASH. #redfrogspeakeasy

VII – Conversar e socializar é uma das razões por que existimos. Por favor, faça-o em bom tom.

VIII – O Gentleman nunca se apresenta ou aborrece uma senhora, a não ser que esta esteja interessada. Por favor, respeite este facto.

4. Não faltarão eventos e convidados (de luxo)
Paulo e Emanuel conheceram-se na eleição do barman do ano, promovida pela Edições do Gosto. Cada vez que se cruzavam em concursos surgia o desafio: “quando é que abrimos uma coisa juntos?”. Agora que têm o seu próprio bar, desenhado e pensado por eles, — “o sonho de qualquer barman“, diz Emanuel –, vão colocar todos os conhecimentos que têm na área, cada um à sua maneira, ao serviço do Red Frog. “Estamos a pensar, por exemplo, criar uma noite de guest bartending à quinta-feira”, conta Emanuel. Caso a ideia vá para a frente não será de estranhar ver atrás do balcão alguns dos melhores bartenders nacionais e internacionais. Mas não só: uma das finais do concurso World Class Bartender também passará pelo Red Frog e haverá, periodicamente, apresentações e provas de marcas premium.

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5. Houve uma enorme atenção aos pormenores
Parece quase um cliché, uma formulação usada só para fechar a lista. Mas não é. Tudo o que está no Red Frog está lá por alguma razão. A começar no nome, surgido numa viagem ao Panamá, em que Emanuel e a namorada Ângela Coutinho (que foi a responsável pela decoração do bar) ficaram numa zona conhecida por uma espécie rara de sapos vermelhos. Ora esses mesmos sapos, cujo veneno é usado pelos índios locais nas flechas, transportam um misticismo que os responsáveis decidiram aplicar no bar. Os sapos de louça que se podem encontrar em vários pontos do bar — e que parecem quase obras de Bordallo Pinheiro — foram mandados fazer nas Caldas da Rainha. A mesa corrida para fumadores no meio do bar é outro pormenor engraçado (ao contrário do que é habitual, não é permitido sair do bar para fumar na rua), tal como é o copo de água aromatizada com gelo servido à chegada de qualquer cliente, para lhe limpar o palato. Finalmente: além de todas as bebidas utilizadas nos cocktails serem topo de gama, são os próprios barmen que fazem as bases que utilizam nas combinações.

Nome: Red Frog
Morada: Rua do Salitre, 5A (Avenida da Liberdade), Lisboa
Telefone: 91 251 3552
Horário: De segunda a quarta das 18h00 às 02h00 e de quinta a sábado das 18h00 às 04h00