Se as novas imagens nos maços de tabaco vão chocar, como alega PS, PCP e Bloco de Esquerda, o Governo responde “ainda bem” porque a realidade também é chocante. Ao apresentar a nova lei na Assembleia da República, o Governo defendeu que as medidas que pretende introduzir como a redução dos espaços para fumadores até 2017 ou a regulação do cigarro electrónico “respeitam a liberdade de escolha” dos fumadores.

tabaco1

O PS diz estar contra a introdução de imagens de “horror” nos maços de tabaco e que nesta medida há um “bullying social perverso”. Durante o debate desta manhã, o deputado José Junqueiro defendeu que a proposta de nova legislação pelo Governo têm um objectivo importante, mas que está incompleta. Os socialistas pretendem introduzir na lei o alargamento das consultas para quem pretende deixar de fumar e aumentar a comparticipação dos medicamentos que facilitam a desabituação deste vício.

Esta é também a intenção do Bloco de Esquerda e do PCP. Os dois partidos também questionaram a introdução de imagens nos maços de tabaco, os comunistas a afirmarem que esta medida pode ser “facilmente contornada” com a aquisição de bolsas que escondam o pacote. O Bloco diz que se trata de um “radicalismo chocante”. Os dois partidos preferiam que fossem criadas mais consultas de apoio, relevando que desde 2009, o número de centros de saúde e hospitais com este serviço diminuiu consideravelmente.

Já o CDS disse esta manhã que “valoriza a individualidade”, mas sem perder de vista o bem comum, defendendo por isso esta lei apresentada pela coligação. “As imagens que vão constar são apenas a pálida imagem da realidade”, disse Isabel Galriça Neto sobre as imagens polémicas. A lei deverá agora descer à Comissão de Saúde, receber algumas alterações e deverá ser aprovada até ao final desta legislatura.

tabaco2

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR