Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, refutou esta sexta-feira que os desacatos no final dos festejos da conquista do título do Benfica tenham estado diretamente relacionados com a organização do evento, autorizada pela autarquia e contra a qual a Polícia de Segurança Pública (PSP) emitiu um parecer negativo. “A PSP nunca se mostrou contra a festa no Marquês”, disse o autarca em conferência de imprensa, sublinhando que o parecer da polícia incidia sobre “dois aspetos muito específicos” e não sobre a totalidade da festa.

Afirmando que foram feitas sete reuniões preparatórias dos festejos benfiquistas, Medina disse que “todos os requisitos da PSP foram integralmente cumpridos e verificados”, pelo que não compreende as notícias, vindas a público esta semana, que davam conta de grandes divergências entre o município e a força policial. Ainda assim, o presidente da câmara confirmou que a PSP mostrou reservas “relativamente à colocação de vendas de bebidas” na praça do Marquês de Pombal e “relativamente ao posicionamento e forma do palco”, problemas que foram resolvidos, afiançou.

Citando notícias relativas a outros festejos de conquista de títulos em anos anteriores, Medina afirmou que “a praça do Marquês é o sítio inevitável” para o qual os adeptos convergem – e que isso deverá continuar a acontecer. “Os festejos no Marquês de Pombal são um direito que os cidadãos de Lisboa têm”, disse o presidente, para quem a estrutura montada naquela praça lisboeta tinha como objetivo “preservar a integridade física de todos” e “proteger o património físico”.

Isso acabou por não acontecer, no entanto. Durante os festejos de domingo passado registaram-se violentos confrontos entre a polícia e adeptos, que arremessaram garrafas e pedras contra os agentes. Desses confrontos resultaram pelo menos 16 feridos e 13 detidos. E é sobre esses detidos que Medina quer informações.

“Nada sabemos sobre quem são estas pessoas”, afirmou o autarca, lamentando que o Ministério da Administração Interna (MAI) ainda não tenha divulgado nenhum dado sobre elas. “Quase uma semana depois dos eventos, não houve, por parte do Ministério da Administração Interna, qualquer informação sobre as diligências tidas quanto à identificação e responsabilização dos causadores dos incidentes”.

O presidente da câmara, que garante já ter falado “pessoalmente” com a ministra Anabela Rodrigues, exige que o MAI “torne público quem são e quais as motivações” destas pessoas, cuja atuação descreveu como sendo “atos desviantes”.

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