É uma odisseia a três dimensões sobre sexo que deixou muita gente de queixo caído, na 68º edição do Festival de Cannes. Não que isso tivesse impedido a ovação de pé que aconteceu terminadas as duas horas e 15 minutos de filme. A longa-metragem Love estreou no festival na passada quinta-feira, 21 de maio, e levou mais de 2 mil pessoas (com longas filas de espera) ao Grand Théâtre Lumière — foi exibida fora da competição e na sessão da meia-noite. Resultado? Houve aplausos, críticas e muita polémica.

O filme em questão (considerado pornografia) é o mais recente trabalho do realizador franco-argentino Gaspar Noé, mais conhecido por películas como Irreversível, que ficou na história do cinema por ter sido o filme com mais desistências durante a exibição em Cannes, devido à cena de violação de nove minutos. Em Love, acabado de estrear, Noé concretiza um sonho de longa data ao “reproduzir a paixão e o excesso de um jovem casal apaixonado, em todo o seu excesso físico e emocional”, explica o New York Daily News.

No novo projeto de Noé, o sexo é explícito e as cenas, filmadas a três dimensões, deixam pouco à imaginação: há ejaculações vistas de perto, orgias, travestis e muita nudez. O enredo centra-se em Paris e explora as memórias da personagem principal, Murphy, sobre amor, paixão e excessos (sempre excessos). A própria narração da história adota um formato incomum, com o realizador a socorrer-se de flashbacks, conta o Telegraph. Acrescente-se que são quatro os cartazes promocionais do filme — e o que segue em baixo é o menos explícito.

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As duas raparigas que completam o triângulo amoroso no filme — a modelo suíça Aomi Muyock e Klara Kristin — nunca tiveram experiência no mundo do cinema. Apenas o rapaz, o norte-americano Karl Glusman, já havia dados alguns passos nas lides da representação.

Mas apesar das cenas de sexo escaldante à qual os atores dão fôlego (e que já angariaram fãs), há críticas quanto à estrutura das personagens, acrescenta o New York Daily News, que critica os diálogos e a própria atuação. Também o site Deadline escreve que da parte dos críticos não há muito love (“amor” em inglês).