A Polícia de Segurança Pública (PSP) diz que não concordou com a colocação do palco em redor da estátua do Marquês de Pombal, a Associação de Bombeiros Profissionais reitera que não foi solicitada a vistoria obrigatória ao palco, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) defende que cumpriu todas as recomendações da polícia, e o Benfica condena a violência a que se assistiu. A semana foi de bate-boca, e a culpa foi varrida, como os cacos das garrafas arremessadas no domingo à noite. Mas nem toda a violência a que se assistiu em direto nas televisões até de madrugada veio amedrontar os muitos que lá tencionam regressar já no sábado, após o jogo com o Marítimo na Luz.

Fonte oficial do clube avança que está a ser preparada uma festa na estádio, com a casa repleta para receber o bicampeão, mas que “o plantel não se deslocará ao Marquês de Pombal ou a qualquer outro lugar que não seja o relvado da Luz”. Quanto à festa, confirmada mesmo, só a presença do adepto benfiquista que foi agredido em Guimarães, e que, acompanhado pelos dois filhos, irá presenciar na Luz a entrega do troféu de campeão nacional. “O convite foi-lhe endereçado pessoalmente pelo presidente Luís Filipe Vieira”, adianta.

A CML não fez comentários sobre a possível vinda de benfiquistas para a rotunda do Marquês de Pombal no sábado à noite, mas a verdade é que a estrutura que circundava a estátua foi retirada no começo da semana, e, por enquanto, não se procedeu à colocação de grades de segurança no local. Contactado pelo Observador, o subintendente Paulo Flor, porta-voz da direção nacional da PSP, recusou-se a comentar um possível regresso de benfiquistas ao local dos confrontos do último domingo, “por prudência”. Mas garante que as autoridades vão estar “naturalmente atentas” a qualquer situação.

Não se prevê que regressem ao Marquês de Pombal os cerca de 200 mil adeptos do último fim-de-semana, mas, com a vinda a Lisboa para assistir à partida com o Marítimo de muitos benfiquista de fora da capital — os quais não foram à rotunda no domingo, visto que o jogo que decidiu o título de campeão até foi em Guimarães –, tudo indicia que para lá se desloquem logo depois da entrega do troféu na Luz.

O Observador contactou várias Casas do Benfica espalhadas pelo país afim de perceber quantos dos seus associados se deslocarão a Lisboa, e quantos têm a intenção de ir festejar para o Marquês. Em Tomar, por exemplo, o presidente da casa, Fernando Miguel Amado, confirmou que dos 550 bilhetes até agora vendidos, 240 são destinados a adeptos que seguirão nos dois autocarros fretados pela Casa. “Os restantes são para os que vão em viatura própria, ou no Comboio Benfica. Uma coisa é certa: nós que vamos de autocarro, regressamos logo após a entrega da Taça. Mas não vou garantir que os restantes não vão até ao Marquês de Pombal. Há de certeza quem vá.”, conclui.

Na Casa do Benfica de Viseu a situação é idêntica. “Connosco no autocarro vão 55 benfiquistas. Os outros 150 bilhetes que vendemos são de pessoas que vão por sua conta e risco”, avança o presidente da Casa, Fernando Albuquerque. E caso haja celebração no centro de Lisboa, vão? “Nós não. Vamos regressar logo a Viseu, que segunda-feira é dia de trabalho. Mas eu sei de uns 15 ou mais associados nossos que vão lá. Não conseguiram ir no dia da festa, mas vão no sábado.”, explica.

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