Logo após a goleada ao Getafe, no Santiago Bernabéu, por 6-3, Cristiano Ronaldo saiu em defesa de Carlo Ancelotti. Muito contestado nas últimas semanas – sobretudo após a eliminação da Liga dos Campeões pela Juventus –, o italiano viu o português publicar na rede social Twitter uma fotografia consigo, onde se lia: “Grande técnico e pessoa fantástica. Espero que trabalhemos juntos na próxima época.”

Mas de nada terá servido a manifestação de apoio por parte da estrela maior do Real Madrid. O próprio presidente Florentino Peréz anunciou esta segunda-feira, em conferência de imprensa, que o técnico italiano não continuará à frente da equipa na próxima temporada. Um desfecho que não surpreende. A própria imprensa afeta ao Real vinha especulando sobre quem seria o substituto de Ancelotti, e só faltava mesmo a confirmação do presidente.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Apesar de na última temporada o técnico de 55 anos ter conquistado a Liga dos Campeões e a Taça do Rei, tendo perdido o campeonato para o vizinho de Madrid, o Atlético, a verdade é que em 2014/2015 só venceu duas competições, a Supertaça Europeia, ao Sevilha, com um bis de Cristiano Ronaldo, e o Campeonato do Mundo de Clubes, ao San Lorenzo (sim, o clube argentino do Papa), em dezembro. Mas as duas competições – e pese embora tenham sido conquistadas na presente época – até são títulos que dizem respeito à temporada anterior.

Carlo Ancelotti foi o nono treinador merengue em 12 anos, sucedendo no cargo a José Mourinho. No que respeita a campeonatos ganhos, o Real Madrid só venceu um título nas últimas sete temporadas, precisamente em 2011/2012, na célebre “Liga dos cem pontos”, com o treinador português hoje no Chelsea.

A questão agora é saber quem será o substituto de Carlo Ancelotti, e os nomes ventilados pela imprensa são muitos. Jürgen Klopp, que já se despediu do Borussia Dortmund, parece ser o preferido de Florentino Peréz. Mas o treinador alemão não estará disposto a sentar-se já na próxima época no banco do Real Madrid, optando por tirar um ano sabático, como fizeram Mourinho, quando saiu do Chelsea, ou Pep Guardiola, quando deixou o Barcelona. Os espanhóis Unai Emery, do Sevilha, e Rafa Benítez, do Nápoles – que até foi formado como jogador no Real Madrid (nunca jogou na primeira equipa) e treinou a equipa “B” merengue –, são os outros dois candidatos.

Ancelotti, por sua vez, tem, ao que se diz na imprensa italiana, uma proposta de Silvio Berlusconi para regressar ao AC Milan, e 150 milhões de euros prontos a gastar em reforços. A pressão dos resultados em Itália nem será muita, já que o Milan de Inzaghi, a uma jornada do fim, está em 10º lugar no Calcio, e nem às competições europeias irá na próxima temporada. No entanto, segundo o El País, o técnico italiano, à imagem de Klopp, quererá também fazer um ano sabático. Será?