O Irão vai permitir a entrada de inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) nos seus complexos militares, um acesso que será, contudo, “controlado“, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araqhchi. O anúncio por parte do governo contraria o que havia dito, horas antes, o líder religioso do Irão, o Ayatollah Ali Khamenei.

“O Irão aceitou a inspeção de complexos militares” nos termos do protocolo da Agência Internacional da Energia Atómica, afirmou Javad Karimi-Ghodousi, responsável do Parlamento pela segurança nacional. Citado pela Bloomberg, o responsável terá acrescentado, numa sessão fechada com outros deputados, que “esta inspeção será controlada com grande rigor“.

Os EUA suspeitam que alguns destes complexos militares possam ter provas de que o Irão quis fazer enriquecimento de urânio com fins militares, ou que ainda possam estar a decorrer trabalhos de pesquisa nesse sentido. O Irão, por seu lado, há vários meses que recusa deixar entrar inspetores da ONU, apesar do acordo preliminar atingido no final de abril sobre o programa nuclear iraniano entre o Irão, a China, França, Rússia, Reino Unido, EUA e Alemanha.

O Presidente do Irão, Hassan Rouhani, diz que quer “libertar” a economia iraniana das sanções que são impostas ao país por causa das suas intenções nucleares. Para isso, defende o uso de “ferramentas políticas e diplomáticas”.

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Quem está contra estas inspeções, ainda que “controladas”, é o Ayatollah Ali Khamenei, líder religioso do Irão que garantiu que “não irá permitir-se que estrangeiros façam quaisquer inspeções em complexos militares” do país.