Há zangas no mundo da música que se tornaram lendárias. Axl Rose e Slash nos Guns ‘n’ Roses; Noel e Liam Gallagher nos Oasis; Morrissey e Johnny Marr nos The Smiths; Art Garfunkel e Paul Simon, duo que forma os Simon & Garfunkel. Algumas relações melhoraram, mas esta última permaneceu conflituosa. 45 anos depois do estranho fim dos Simon & Garfunkel, uma recente entrevista ao Telegraph mostra que Art Garfunkel ainda está surpreendido com o fim do lendário duo. 

“Foi tudo muito estranho. Algo que eu jamais faria”, disse Art Garfunkel ao Telegraph, numa reveladora entrevista que abordou as razões da separação, a atual relação de Garfunkel com Paul Simon e se , no futuro, é possível uma reunião.

“Eu quero ser franco em relação a este assunto. Eu não quero dizer coisas anti-Paul Simon, mas não aproveitar a glória e fugir disso, parece-me algo muito perverso”, desabafou o músico que recordou quando Paul Simon desistiu do projeto, em 1970, quando o grupo estava no auge do sucesso do disco de “Bridge Over Troubled Water” (1970). “Como pudeste fugir deste lugar sortudo no topo do mundo, Paul? Qual é a tua, seu idiota? Como pudeste largar essa oportunidade, seu palhaço?”, acrescentou retóricamente durante a entrevista.

Garfunkel mostrou-se disponível para uma digressão de reunião. A última reunião foi em 2010. “Se eu farei uma digressão com o Paul? Isso é possível. Quando nos encontramos, com a guitarra dele, é uma delicia para os nossos ouvidos”, disse Garfunkel. “Um bolhinha envolve-nos e tudo acontece sem esforço. Nós misturamos. Portanto, em relação a este assunto, eu diria, ‘porque não, enquanto estamos vivos?'”, acrescentou.

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Ao longo dos últimos 45 anos, os dois têm comentado a sua relação complicada. Em 2001, quando o Paul Simon foi introduzido ao lendário Rock and Roll Hall of Fame, o cantor agradeceu Garfunkel e expressou remorsos pela sua amizade ter terminado. “Espero que um dia, antes de morrermos, possamos estar em paz um com o outro. Sem pressas”, disse Simon.

Num documentário de 2013, Garfunkel revelou que a sua amizade com Simon azedou após não contarem com a performance de Paul Simon no filme “Catch-22” (1970) de Mike Nichols. Garfunkel continuou a fazer parte do elenco. Segundo Garfunkel, foi isso que fez Simon escrever a “The Only Living Boy In New York”.

“O Paul escrevia coisas do género: ‘eu aguento três meses [sem Art Garfunkel]. Eu escrevo as canções. Mas e no quarto mês? E porque é que o Artie [Garfunkel] estará em Roma no quinto mês? O que é que o Mike [Nichols] está a fazer aos Simon & Garfunkel? (…) Eu sou o único rapaz vivo em Nova Iorque. tu costumavas ser o outro'”, reproduziu Art Garfunkel nesse documentário de 2013, tentando dar razões para a desistência de Paul Simon.