A Charter Communications, quarta maior empresa de cabo dos EUA, venceu a corrida pela Time Warner Cable. Uma corrida em que a Altice, que comprou a Portugal Telecom, se intrometeu à última hora com o lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA). O multimilionário francês Patrick Drahi não conseguiu, assim, juntar a Time Warner Cable ao seu portefólio global de investimentos, mas conseguiu fazer com que a Charter tivesse de pagar um preço que os analistas estão a considerar demasiado elevado.

Os acionistas da Time Warner Cable, que viram recentemente a absorção por parte da Comcast cair por terra devido a questões de concorrência, vão receber 55 mil milhões de dólares (cerca de 50 mil milhões de euros) num misto de dinheiro e ações (da Charter). A Time Warner Cable é a segunda maior empresa de cabo dos EUA, o que permitirá à Charter quase quadruplicar a sua base de clientes.

A Altice, que já foi criticada pelas agências de rating devido à fúria compradora recente, perde, assim, uma oportunidade para dar um salto no mercado norte-americano, que está a ser palco de um grande número de fusões e aquisições. Mas poderá ter feito a Charter abrir os cordões à bolsa.

“A ideia de que a Time Warner Cable e a Charter vão fundir-se não é uma surpresa, mas o preço pago está a causar alguma apreensão”, diz à Bloomberg Craig Moffett, analista da MoffettNathanson em Nova Iorque. “A Altice contribuiu, sem dúvida, para que a Charter tenha pago um preço tão alto para conseguir fechar este negócio”, acrescenta o especialista.

O Financial Times já tinha noticiado na segunda-feira que a Charter, liderada pelo milionário John Malone, tinha ganho a dianteira na corrida pela Time Warner Cable.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR