Uma taxa mínima nos impostos às empresas (IRC) poderá ser introduzida em toda a União Europeia, uma hipótese que poderá lançar uma grande controvérsia política no continente. O jornal alemão Handelsblatt escreve esta terça-feira que Bruxelas está a acolher as intenções da Alemanha e da França, que há vários anos criticam as discrepâncias fiscais que existem na zona euro. Países como a Irlanda, que tem a taxa de IRC mais baixa de toda a União Europeia, vão lutar contra a imposição desta taxa mínima.

Sem prejuízo dos acordos individuais entre empresas e Estados, as taxas normais de imposto sobre as empresas variam entre os 34,4% de França e os 12,5% da Irlanda, algo que o Tigre Celta defende há vários anos como forma de atrair empresas para o país. A taxa de imposto na Irlanda compara com os 34% da Bélgica e os 30,2% da Alemanha. Luxemburgo, Holanda e Reino Unido têm taxas de IRC inferiores a 30%.

A Alemanha e França estão a exigir a introdução de um valor mínimo. Estamos a reagir a isso”, disse ao jornal alemão uma fonte próxima da Comissão. O escândalo do LuxLeaks, que no ano passado revelou acordos secretos com empresas multinacionais para pagarem impostos muito baixos, levou a União Europeia a repensar este tema. A pressão por parte da Alemanha e da França poderá, também, ter aumentado após esse escândalo.

O Handelsblatt diz que o plano poderá ser apresentado já no início do próximo mês, em antecipação à Cimeira Europeia de 25 de junho em que em cima da mesa estará a maior integração económica na zona euro, após o pacto celebrado esta semana por Angela Merkel e François Hollande.

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