O PS avisou esta terça-feira que o sistema de pensões só é sustentável a prazo se Portugal recuperar e estabilizar empregos e salários, colocando, porém, condições imperativas para uma descida da taxa social única (TSU) dos empregadores.

Estas posições foram transmitidas pelo vice-presidente da bancada socialista Vieira da Silva em conferência de imprensa, depois de questionado se a projetada descida da TSU pelo PS, aplicando-a a trabalhadores e empregadores, não poderá colocar em causa a sustentabilidade do sistema público de Segurança Social.

“O futuro das pensões e as pensões futuras dependem da capacidade que o país tiver de recuperar empregos, estabilidade no emprego e recuperar salários. Esses são os principais três desafios que se colocam ao sistema de Segurança Social”, defendeu o ex-ministro socialista.

Na perspetiva de Vieira da Silva, a história dos últimos anos mostrou que contribuições apenas dependentes do fator salário “não são infelizmente contribuições assim tão seguras e definitivas como se poderia pensar, porque os salários sofreram uma forte quebra”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Temos de encontrar alternativas complementares às contribuições patronais do lado dos salários, através de um sistema que também leve em linha de conta os lucros das empresas [IRC social]. Sem pôr em causa o valor global da contribuição patronal, a nossa proposta é que essa contribuição seja melhor distribuída. Sendo melhor distribuída, é também mais sustentável e mais segura”, defendeu.

Quanto à medida que prevê uma baixa da TSU para os trabalhadores, Vieira da Silva insistiu que o PS entende que “há uma prioridade nacional no sentido de contrariar a tendência para a desvalorização do contributo do emprego para o futuro”.

“Enquanto jovens portugueses continuarem a ser qualificados com os nossos recursos e continuarem a ir para o estrangeiro alimentar outras economias, há um problema por resolver”, alegou o vice-presidente da bancada socialista.

Já quanto à parte do programa eleitoral do PS para os empregadores, Vieira da Silva frisou que a projetada redução da TSU “só avançará à medida que a diversificação de contribuições para o sistema de Segurança Social for suficiente, sendo capaz de compensar a redução”.

“A nossa lógica não é primeiro vamos baixar e depois logo se vê. Pelo contrário, faremos um acompanhamento paralelo. A condição para a baixar [a TSU dos empregadores] é a existência de fontes alternativas, seguras e garantidas, acrescentou.