Duas raparigas quenianas, dadas como desaparecidas no passado dia 13 de maio, alegadamente fugiram para a Síria e suspeita-se que se tenham juntado ao Estado Islâmico (EI). Foi através de uma mensagem telefónica de uma das raparigas à prima que se soube do paradeiro das jovens, segundo a CNN. “Assalam aleykum cuz [saudação arábe], como estás? Eu estou na Síria agora… avisa todos para não me procurarem. Eu estou ótima”, lê-se na mensagem que Tawfiqua Adan, uma das fugitivas, enviou à sua prima.

Segundo a CNN, Tawfiqua, de 20 anos, e a sua amiga Salwa Abdulla desapareceram depois das aulas. As duas jovens viviam em Nairobi, capital do Quénia. O desaparecimento despertou o desespero das famílias e as buscas pelas jovens intensificou-se. Quatro dias depois do desaparecimento, Tawfiqua envia a mensagem à sua prima.

Rahma Adan, mãe de Tawfiqua, declarou à CNN que desmaiou com o choque e que “toda a família chorou” com a situação. As duas jovens foram descritas pelas famílias como “bondosas, pacíficas e muçulmanas devotas”.

“Ela[Tawfiqua] lia o Corão quando tinha tempo livre, não via filmes. Ela adora a sua religião, como muçulmana”, garantiu Rahma Adan, que se mostrou surpreendida pela fuga da sua filha Tawfiqua. Além de se sentir confusa em relação aos motivos que levaram a filha a fugir, também não compreende como é que ela conseguiu escapar do país sem qualquer tipo de identificação.

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“Talvez tenha sido Satanás que a mudou. Talvez algumas pessoas disseram-lhe histórias erradas, que a convenceram que isso [ir para o EI] é o mais certo”, divagou Rahma Adan sobre os motivos que levaram Tawfiqua a fugir.

Apesar de a mãe acreditar que há o risco das duas jovens se terem radicalizado, ainda não há provas, além da mensagem, do verdadeiro paradeiro das duas jovens. A policia queniana está a investigar o caso.

Não é a primeira vez que jovens mulheres tentam juntar-se ao grupo jihadista, caso este o teor da mensagem enviada à prima de Tawfiqua se confirme. Em março, a polícia queniana prendeu três jovens que tentavam atravessar as fronteiras Quénia-Somália sem os documentos necessários. Foram acusadas de pertencerem ao grupo radical Al-Shabaab, grupo radical somaliense ligado à Al-Qaeda.

De acordo com declarações de especialistas à CNN, os extremistas procuram jovens muçulmanos que estejam a procurar identidade e sentimento de pertença, para radicaliza-los.