Deve o Reino Unido continuar a ser um membro da União Europeia?“. É esta a pergunta que será feita no referendo que David Cameron, o primeiro-ministro britânico, promete fazer até 2017. A formulação da questão terá agradado aos defensores da permanência na União Europeia (UE), já que a pergunta é feita de uma forma positiva, ao contrário da forma como foi feita a pergunta no referendo escocês.

Aos escoceses foi perguntado “Deve a Escócia ser um país independente?”, pelo que para manter a situação atual os cidadãos tiveram de votar “não“. Aqui, no referendo à permanência do Reino Unido, para que se mantenha a situação atual os britânicos terão de votar “sim“. A formulação foi revelada pelo governo britânico na véspera de David Cameron se lançar numa tournée nas capitais europeias para pressionar os outros líderes europeus a lançar uma reforma profunda das instituições europeias.

A importância da forma como se faz a pergunta foi analisada por alguns especialistas em ciência política citados pela BBC. “É a filosofia do Bob, o Construtor. É o tom Yes, we can (Sim, nós conseguimos) que foi usada por [Barack] Obama. É uma tentativa de ser o lado positivo da campanha”, afirmou Matt Qvortrup, da Universidade de Coventry.

Alex Salmond, uma figura destacada do referendo pela independência escocesa, diz à BBC que “não se brinca com a questão da formulação da pergunta. A pergunta deve ser direta e honesta” e salienta que “estar do lado do sim é importante”. O que não impediu, contudo, que o “não” tivesse vencido no referendo escocês.

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