Esta sexta-feira marca aquilo que pode ser o início de uma parceria que talvez poucos se arriscariam antecipar há um par de meses. O PSOE e o Podemos estão perto de fazer acordos pós-eleitorais para as regiões e municípios em Espanha, com o único objetivo de arredar o PP das estruturas de poder. A formalização dos pactos só deverá chegar no início da próxima semana, mas esta sexta cada um dos partidos tem reuniões decisivas.

Numa conferência de imprensa na quinta-feira, o líder do Podemos Pablo Iglesias assinalou os “gestos reveladores de que a relação [com os socialistas] mudou”. Um desses gestos é Pedro Sánchez telefonar a Pablo. “Agora telefona-me, antes não me ligava”, disse Iglesias, que vai apresentar à restante direção do partido as condições para que o Podemos se coligue com o PSOE.

Entretanto, e ao mesmo tempo que os dois partidos falam nos bastidores, Pedro Sánchez faz uma ronda por toda a Espanha a tentar convencer os líderes regionais de que um acordo com o grupo de Iglesias é vantajoso para os socialistas. De quem deve levar uma nega é de Susana Díaz, a eleita pelo PSOE para a Andaluzia que está desde o fim de março a tentar formar um governo naquela autonomia. Segundo o El Confidencial, depois de tanto tempo de negociações com o Podemos, Díaz já não confia neste partido, a quem também não quer entregar uma câmara municipal, como chegou a ser discutido.

Do outro lado da barricada, e como resposta à crise em que o Partido Popular foi lançado com os resultados das eleições de 24 de maio, Mariano Rajoy está a preparar uma remodelação de governo e nas mais altas estruturas do PP. As mudanças deverão ocorrer ainda em junho, escreve o El País, sendo que é certo, para já, que o ministro da Educação vai ser substituído, tal como a namorada deste, atual secretária de Estado da Educação. Ambos devem ir ocupar cargos na OCDE.

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