A Câmara de Oeiras tem recebido vários protestos contra o encerramento, no domingo, 31 de maio, do metro urbano de superfícies (SATU), informou fonte da autarquia, adiantando que o fim do projeto era “inevitável”.

Algumas petições foram já entregues na autarquia, contestando o final daquele sistema de transporte público.

“É verdade que têm chegado à câmara abaixo-assinados com várias assinaturas contra o fim do SATU, mas a verdade é que tentámos de tudo para que se mantivesse e não conseguimos”, disse à agência Lusa fonte do gabinete de comunicação da autarquia.

A mesma fonte adiantou que estão ser feitos “todos os esforços no sentido de criar um transporte de complemento ao trajeto do SATU”, entre Paço de Arcos e o Oeiras Parque.

“Faz falta um transporte que permita à população, sobretudo a mais idosa, deslocar-se naquele trajeto que dá acesso a locais como o Centro de Saúde e a linha de comboios de Cascais, entre outros”, acrescentou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Governo determinou a “dissolução oficiosa” do SATU, tendo por base a verificação de três das quatro situações de natureza financeira que implicam a dissolução obrigatória de empresas municipais.

Ao fim de 11 anos de funcionamento, o transporte registou uma média diária de 550 passageiros e a intenção de fazer chegar o SATU ao Cacém (Sintra) nunca se concretizou, com a empresa a acumular uma dívida de cerca de 42 milhões de euros.

Para o presidente da Câmara de Oeiras, Paulo Vistas, a insuficiente procura do SATU deveu-se ao facto de nunca ter sido concluído.

“O problema foi que houve precipitação em inaugurar o sistema numa subfase, somente entre Paço de Arcos e o Oeiras Parque. Obviamente que aquele curto troço não poderia obter grande procura. Teria procura, sim, se a sua abertura tivesse chegado ao seu primeiro destino, o Lagoas Park, que era o trajeto definido e maior seria quando o SATU chegasse ao seu destino, o Cacém”, sustentou.

Numa nota escrita enviada à Lusa, o autarca considerou que o SATU foi inaugurado como “uma ponte a meio” e que, por isso, “este desfecho era inevitável”.

“Apenas vontade política” teria, segundo Paulo Vistas, sido suficiente para manter o metro de superfície em funcionamento e o desmantelamento da infraestrutura está, neste momento, “fora de questão”, devido aos elevados custos.