A Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) vai, em julho, reorganizar as metodologias de fiscalização, com a aquisição de um sistema informático que permitirá aos fiscais denunciarem infrações através de um ‘smartphone’, segundo o presidente da companhia.

Em declarações à agência Lusa, Luís Natal Marques explicou que este sistema “estará perfeitamente integrado com as contraordenações e com as ações de fiscalização, no sentido de acelerar os processos que hoje são relativamente demorados”.

O objetivo é que, a partir de julho, “o fiscal na posse de um ‘smartphone’ possa controlar o estacionamento e saber se aquela pessoa que está ali estacionada naquele momento está a recorrer a algum pagamento que tenha feito através do ePark [aplicação da EMEL]”, exemplificou.

Isto vai permitir ter uma “comunicação muito mais facilitada com a sede e […] retirar daí, logicamente, níveis de produtividade mais altos do que temos”, sustentou Luís Natal Marques.

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Em causa está um investimento de cerca de um milhão de euros, com a aquisição do ‘software’ Opera e de equipamentos, tanto informáticos como móveis, os ‘smartphones’.

Além disso, a empresa vai contratar mais de 70 fiscais, num investimento de 1,7 milhões de euros.

A contratação de mais pessoal também coincide com o regresso à EMEL de 15 mil lugares, cuja gestão tinha sido atribuída a um grupo de empresas externo denominado Street Park, composto pela Empark e pela Brisa, explicou o gestor.

Este grupo fazia a exploração da chamada zona verde, “que é o eixo central da cidade, Avenida da República, Fontes Pereira de Melo e Avenida da Liberdade”.

Porém, “esse contrato foi denunciado”, pelo que os lugares voltam em julho para a EMEL, precisou.

Em 2009, o Tribunal de Contas determinou como ilegal o contrato assinado entre a EMEL e a Street Park, por considerar que a passagem da exploração de estacionamento na zona central da cidade para privados deveria ter sido feita pela autarquia, com autorização da Assembleia Municipal, por concurso público.

Só no ano passado, a EMEL pagou à Street Park perto de 4,5 milhões de euros. “Pelas contas que fazemos, conseguiremos prestar esse serviço de forma mais económica”, assinalou Luís Natal Marques, falando em “poupanças líquidas de três milhões”.

O presidente da EMEL – que sucedeu a António Júlio de Almeida, após este ter sido demitido pelo município em fevereiro – adiantou que a entrada de mais pessoal possibilitará ainda atingir “números mais razoáveis”, de cerca de 700 lugares por cada fiscal.

“Temos andado, até agora, com cerca de 1.500 por fiscal”, referiu.

Segundo dados disponíveis no ‘site’ da EMEL, a empresa gere mais de 45 mil lugares tarifados e mais de três mil parquímetros, tendo ainda sob a sua alçada 24 parques, num total de quatro mil lugares.

No campo da tecnologia, a empresa lançou em setembro do ano passado a aplicação ePark, que permite pagar o estacionamento através de um pré-carregamento.

Atualmente, a “percentagem de negócios que está afeta a esse meio de pagamento específico já é superior a 10% do valor de negócios mensal”, concluiu Luís Natal Marques.