As ações europeias sobem quase 17% em 2015, o que não impede que continuem “super baratas”. Mas só assim é, sublinham os analistas do Citi, se o otimismo recente em torno da retoma europeia se confirmar. “Acreditamos que o crescimento económico irá validar a oportunidade de investimento impressionante” que as ações europeias estão a proporcionar nesta altura, advoga o banco de investimento. Até final de 2016, os retornos podem chegar aos 40%.

“A Europa tornou-se uma história agradável nos últimos meses”, dizem os analistas do Citi numa nota de análise enviada aos clientes e a que o Observador teve acesso. O otimismo dos analistas deve-se a três fatores principais: crescimento económico mais promissor, melhores perspetivas para os lucros das empresas e um cenário de liquidez abundante na zona euro (fruto dos estímulos monetários do BCE). Estes fatores estarão a ser decisivos para que as ações europeias estejam a subir 16,88% desde o início do ano (índice Stoxx 600) enquanto o índice S&P 500 das ações norte-americanas sobe menos de 3%.

Os economistas do Citi estão mais otimistas do que a maior parte dos bancos de investimento quanto ao crescimento económico entre 2015 e 2016. Isso ajudará a que os resultados das empresas sejam, em geral, melhores do que os esperados pelos analistas que seguem o mercado de ações. Perante esses resultados positivos, os analistas deverão, acredita o Citi, rever em alta as suas recomendações pelas ações, o que impulsionará os seus preços.

Além disso, o programa de estímulo monetário lançado pelo Banco Central Europeu (BCE), que deverá correr até setembro de 2016, irá garantir que se continuará a viver um clima de liquidez abundante e taxas de juro baixas nos ativos sem risco, como a dívida alemã, por exemplo. Isso “irá contribuir para gerar um clima positivo para os ativos de risco”, como é o caso das ações. É que as empresas, mesmo aquelas vistas como mais estáveis e robustas, continuam a distribuir dividendos muito superiores ao rendimento das obrigações.

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Para quem quer selecionar as ações em que investe, ao invés de apostar, por exemplo, num fundo de investimento, o Citi preparou uma lista de 18 ações europeias a que chama “Citi Focus List Europe”. Saiba quais são as maiores apostas do Citi nesta fotogaleria, com potenciais de valorização calculados entre o preço de fecho desta segunda-feira e o preço-alvo do Citi para os próximos 12 meses. Um potencial de valorização que não se deve confundir com os 40% de retorno médio (incluindo dividendos) que o Citi admite para as ações europeias no geral para os próximos 18 meses (até final de 2016).

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Para quem prefere apostar em setores, o Citi recomenda as ações do setor financeiro, comunicação social (media), tecnologias e turismo. Menos recomendáveis são as empresas ligadas às utilities (elétricas, entre por exemplo), ao setor químico, ao retalho e aos bens alimentares, ou seja, os setores vistos como mais defensivos e que, num contexto de retoma, tendem a ser menos procuradas.

O Citi diz que neste ano de 2015 “está a criar-se um dos ambientes de mercado mais interessantes dos últimos anos”. Contudo, há riscos. Mais do que a incerteza em torno da Grécia, o Citi diz que “o risco de um regresso dos conflitos na Ucrânia, algo que desencadearia novas sanções à Rússia (a julgar pelas declarações europeias), continua a ser o principal risco político global”. Trata-se de um risco que tem “potencial para se tornar sistémico, na nossa opinião, tendo em conta o risco que a escalada das sanções representa para a recuperação económica frágil na zona euro”, nota o banco de investimento.

A notícia foi redigida com base na leitura da nota de análise emitida pelos estrategas do banco de investimento referido. A nota de análise pode ser solicitada junto da instituição em causa. E a sua leitura é crucial para que o leitor possa formar uma opinião mais aprofundada sobre o investimento. O leitor deve procurar o aconselhamento do seu intermediário financeiro para aferir o risco associado a cada tipo de investimento.