Hani Muhammad Mujahid, um membro jihadista da Al Qaeda no Iémen, revelou numa entrevista, segundo o El País, que teria ligado duas vezes para os serviços antiterrorista do país, em 2007, para denunciar um atentado que iria ser cometido: “Pus-me em perigo, estava aterrorizado quando fiz a chamada”, contou. Os serviços nada fizeram e oito turistas espanhóis morreram depois de um carro ter explodido enquanto visitavam o templo iemenita de Mahram Bilquis”, junto à cidade histórica de Maarib.

“Telefonei ao coronel Hmud Al-Qadasi, meu familiar e chefe do departamento antiterrorista da província de Taiz. Disse-lhe que havia um carro preparado para atacar os turistas espanhóis na província de Maarib, no templo de Bilquis. Disse-lhe que deviam parar imediatamente a operação, que uma força de segurança ou militar se deveria deslocar de imediato ao local. Ele disse-me que iria rapidamente entrar em contacto com a cidade de Saná para comunicar [o atentado]”, contou Hani sobre o primeiro telefonema.

O jihadista garante que ainda fez uma segunda tentativa. No segundo telefonema para tentar evitar o ataque, “informei-os minuto a minuto e disse-lhes que [os presumíveis autores do atentado] já estavam no local. Que o carro já estava preparado e que não sabia quem estava lá dentro. Responderam-me ‘OK’. Sabia que me tinha posto em perigo, estava aterrorizado e a colapsar. Se alguém te descobre, é o teu fim…”

Contudo, o seu esforço foi em vão. Hani estava em Saná quando o atentado se deu, resultando em vários mortos. Posteriormente, ligou novamente ao coronel Hmud que lhe disse que se dirigisse a Taiz. “Respondi-lhe que me tinha posto em perigo, e que não tinham feito nada”.

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