O comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, defendeu esta sexta-feira a importância de substituir, na Europa, o predomínio do financiamento bancário da inovação por “meios alternativos”, como o capital de risco.

“Hoje na Europa 80% do financiamento das empresas é feito pela dívida bancária e só 20% por meios alternativos como o ‘venture capital’ [capital de risco], quando nos Estados Unidos é precisamente o oposto”, afirmou Moedas, no Porto, destacando que o projeto do mercado único de capitais se assume como um importante mecanismo para inverter este quadro.

“O que estamos a fazer no chamado mercado único de capitais é ter uma maior facilidade em termos dos prospetos para lançamento de capital de risco, ter a capacidade de ver quais são as barreiras legais que temos em relação a esse capital de risco, tentar que esse capital de risco seja mais europeu e menos local e conseguir criar esse dinamismo. Isso é o que estamos a tentar fazer no nosso projeto do mercado de capitais, que é muito importante para a Europa”, sustentou.

O comissário europeu falava aos jornalistas à margem da conferência internacional sobre indústrias criativas “Make it Happen: Creating Businesses”, que decorre no Porto.

Para Carlos Moedas, “hoje, na Europa a inovação tem que ser pensada num ecossistema, o que levanta o problema de como conseguir desbloquear o financiamento” necessário: “Essa foi uma das razões porque construímos o ‘plano Juncker’ [de investimentos na zona euro], de forma a ter capacidade para ter mais financiamento para a inovação”, sustentou.

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