O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) alegou que, apesar da falta de comparência ao trabalho de 47 técnicos de ambulância, “assegurou a prestação de cuidados de emergência médica na região da Grande Lisboa”.

Em comunicado, o INEM refere que, “sem aviso prévio, não compareceram 26 técnicos de emergência no período da manhã e 21 no período da tarde”, na Grande Lisboa.

Os técnicos de ambulância de emergência estão desde o início do mês a recusar fazer horas extraordinárias, queixando-se de sobrecarga de trabalho, da falta de pagamento de subsídios e de horas extra e de mais cortes no salário.

A nota do INEM adianta que o dispositivo que permitiu garantir o socorro na Grande Lisboa incluiu, entre as 8:00 e as 16:00, catorze ambulâncias INEM, duas ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV), um motociclo de emergência médica e uma viatura de Transporte Inter-hospitalar Pediátrico (TIP) com tripulação do INEM.

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Durante o período da tarde, que se iniciou às 16:00 e termina às 24:00, estão disponíveis 13 ambulâncias INEM, duas ambulâncias SIV, um motociclo, uma viatura TIP e quatro ambulâncias dos bombeiros, precisou a instituição, acrescentando que “mais 75 viaturas de várias corporações de bombeiros estão prontas para ser acionadas”.

No comunicado, o INEM “pede à população de Lisboa para que continue a confiar na instituição, (…) na certeza de que se procurará manter o socorro e a emergência médica no patamar, habitual, de grande qualidade”.

O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica, Paulo Campos, anunciou no final de uma reunião no Ministério da Saúde, que até setembro vai haver um reforço de técnicos de emergência médica, com a contratação de 85 profissionais.

À saída da reunião com a tutela, de manhã, Paulo Campos disse que havia sete ambulâncias paradas em Lisboa na sequência do protesto dos trabalhadores, do total de 21 viaturas do instituto a operar na capital.

O presidente do INEM assegurou que o socorro não está em causa e que foram pagos até agora “todos os valores reclamados do passado” pelos funcionários, enquanto o pagamento dos subsídios de alimentação dos turnos extra começa a ser feito ainda em junho.

Segundo a comissão de trabalhadores do INEM, que admitiu que os técnicos de emergência estavam a faltar também ao horário normal de trabalho, 11 das 17 ambulâncias do INEM já estavam paradas pelas 9:00, situação negada pelo organismo, que apontou apenas uma como inoperacional.

Os trabalhadores do INEM decidiram agendar uma greve ao trabalho extraordinário, a partir do dia 24 de junho, segundo anúncio da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.

O INEM ameaçou participar ao Ministério Público contra quem colocar em risco o socorro urgente a pessoas.