Tudo começa quando alguém cede à tentação da carne. Virtualmente, isto é. Por cima de um fotograma de um suposto vídeo erótico ou até pornográfico, surge o ícone triangular sobejamente conhecido como play. Não são poucos os que acreditam que basta carregar naquele botão para ter acesso ao conteúdo desejado.

Pois acreditam em vão. Em vez de terem acesso imediato ao vídeo com conteúdos para adultos, é-lhes pedido que atualizem o Adobe Flash Player, sem o qual não poderão ter acesso àquele fruto proibido. Aí, um mero clique é o suficiente para um desfecho em tudo indesejado. Afinal de contas, não há vídeo pornográfico para ninguém e é instalado um vírus no browser dessa pessoa.

O vírus, também conhecido como malware, leva a que o mural do Facebook da vítima deste embuste apresente a mesmíssima imagem, com o tal play por cima. Quem está de fora é levado a crer que é um post voluntário, mas ele é tudo menos isso. Nalguns casos, o mesmo post é feito com tags para os amigos virtuais de quem caiu em tentação, alastrando assim esta promessa de vídeo pornográfico ao mural de dezenas e dezenas de pessoas. Aí, como todos os vírus, a transmissão é rápida e eficaz. Em fevereiro, pelo menos 110 mil pessoas foram afetadas por esta artimanha no espaço de apenas dois dias.

Este problema não é, porém, exclusivo a supostos vídeos pornográficos. É frequente aparecerem armadilhas semelhantes com links que prometem vídeos e fotogalerias de celebridades, imagens de crimes e perseguições policiais ou até avultados descontos em óculos de sol de marca.

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Melhor remédio é a prevenção, mas há solução

“Há que ter um pouco de consciência. Se encontrarmos algo suspeito, há que agir com cautela”, explica à BBC o analista de malware da ESET, uma empresa que produz anti-vírus, Matías Porolli. “Caso tenhamos dúvidas de que o o conteúdo tenha sido publicado por um amigo, o mais rápido e mais lógico seria enviar-lhe uma mensagem. Não leva mais de cinco minutos e pode-nos poupar de grandes problemas.” O mesmo especialista diz à BBC que este tipo de malware “é bastante difícil de desinfetar”, pelo que o melhor remédio é mesmo a prevenção.

Ainda assim, há três coisas que se podem tentar:

A primeira é carregar no canto superior do Facebook, onde encontra o menu que lhe dá acesso às “Definições”. Depois, à esquerda, carregue em “Aplicações”. Lá chegado, veja todas as aplicações que tem instaladas no seu perfil. Se vir algo suspeito, passe o cursor por cima da aplicação em questão e carregue no “x”. E, finalmente, confirme a sua opção carregando em “Eliminar”.

Caso o problema persiste, deverá consultar os add-ons (ou “extensões”) que tem instaladas no seu navegador de Internet, vulgo browser. As maneiras de o fazer variam de um programa para o outro (Google Chrome, Mozilla Firefox, Safari, Internet Explorer, e por aí em diante). Veja aqui um tutorial que demonstra como pode fazê-lo em cada um destes casos.

Por fim, caso ainda apareçam vídeos pornográficos ou outros conteúdos indesejados em seu nome sem que tenha alguma coisa a ver com isso, o recomendado é que instale um bom anti-vírus que proteja o seu computador de malwares. Eis uma lista de opções gratuitas apresentadas pelo próprio Facebook.