Da próxima vez que encontrar o seu filho a olhar para o telemóvel enquanto estuda para o exame de Química é melhor não se preocupar. Pelo menos é o que sugere um estudo da Universidade de Miami: de acordo com os resultados publicados no Telegraph, os investigadores descobriam que enviar mensagens de texto ou tweets durante o estudo ou as aulas ajuda à concentração e empenho dos estudantes.

Os académicos decidiram enviar mensagens aos estudantes com conteúdo relacionado com as aulas – “como se chama o teu professor?”, por exemplo – ou mensagens irrelevantes, como “onde costumas ir ao sábado?” Descobriram então uma relação entre os apontamentos dos estudantes e o conteúdos das mensagens que enviavam.

Este dado permitiu aos autores do estudo concluir que enviar mensagens e tweets com conteúdo relacionado com as aulas provoca o aumento da atenção dos alunos, comparativamente àqueles que enviam mensagens cujo conteúdo nada tem a ver com a escola. É como se os alunos estivessem a estudar, mas através de mensagens, diz o Telegraph.

Mas atenção: utilizar os telemóveis em ambiente escolar só se torna benéfico se o tema da conversa for a matéria que está a ser ensinada nas aulas. Caso contrário, a qualidade dos apontamentos perde-se e os dispositivos móveis tornam-se uma mera fonte de distração. E se a troca de mensagens for demasiado frequente torna-se impossível absorver a mesma quantidade de informação de que somos capazes quando estamos longe do telemóvel.

A provar esta informação está o teste a que os 145 alunos se submeteram: os estudantes que não utilizavam telemóveis durante as aulas tiveram um aumento até 17% nas avaliações que alcançaram em testes de escolha múltipla. Além disso, os apontamentos eram 58% melhores no conteúdo do que os dos estudantes que utilizavam o Twitter ou os serviços de mensagens para enviar informação irrelevantes.

Ao Times Higher Education, o investigador Jeffrey H. Kuznekoff explicou que procura formas de utilizar os novos dispositivos tecnológicos a favor da educação. “Ter os estudantes a trazer os seus dispositivos e usá-los de uma forma que se relacione com o conteúdo das aulas é algo que devíamos explorar: é uma batalha perdida tentar lutar contra isso”, justifica Kuznekoff.

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