O presidente do parlamento polaco, Radoslaw Sirkoski, e três ministros do Governo de centro-direita decidiram demitir-se após a publicação na internet de atas judiciais sobre caso de escutas telefónicas ilegais, anunciou a primeira-ministra, Ewa Kopacz.

Os três ministros são Bartosz Arlukowicz (Saúde), Andrzej Biernat (Desporto) e Wlodzimierz Karpinski (Tesouro), precisou Kopacz em declarações aos ‘media’. As demissões ocorrem apenas a quatro meses das eleições legislativas.

Zbigniew Stonoga, um empresário que se envolveu na política, publicou esta semana na sua página do Facebook 2.500 páginas de ‘dossiers’ de uma investigação sobre um caso de escutas ilegais com conversas comprometedoras entre altos responsáveis da vida política e económica do país, incluindo os quatro demissionários, e que remontam a 2014.

As declarações, registadas à revelia dos interlocutores em diversos restaurantes de Varsóvia, revelaram uma série de opiniões surpreendentes, que designadamente questionavam a aliança polaco-americana e a independência do banco central, além de comentários muito críticos face à política do primeiro-ministro britânico, David Cameron.

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“Em nome da Plataforma cívica [PO, no poder], peço-vos perdão”, declarou Kopacz.

A chefe do Governo anunciou igualmente a sua recusa em aceitar o relatório anual do procurador-geral, Andrzej Seremet.

O chefe da equipa dos conselheiros de Kopacz, o antigo ministro das Finanças Jacek Rostowski, e quatro vice-ministros também apresentaram a demissão.

Jacek Cichocki, o coordenador dos serviços de informações polacos que não conseguiram impedir a divulgação das escutas, também anunciou a demissão.