Os soldados das Nações Unidas terão tido sexo com mais de 225 mulheres, sobretudo no Haiti, mas também em outros países, pagando a estas mulheres com comida, medicamentos e telemóveis, de acordo um relatório interno da organização, citado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press.

O relatório produzido pelos serviços internos da ONU faz uma avaliação da forma com as forças da organização lidam com o persistente problema do abuso e exploração sexual nas áreas onde estão destacados. A ONU tem atualmente mais de 125 mil pessoas destacadas nas regiões consideradas mais problemáticas.

O documento, que deverá ser conhecido publicamente este mês, diz que um terço dos casos de abuso sexual conhecidos envolve menores de 18 anos, que a assistência às vítimas é “severamente deficiente”. Em média, a investigação a um caso deste género leva mais de um ano.

Nas mais de 230 entrevistas feitas pelos investigadores no Haiti, foram descobertos casos em que os capacetes azuis pagavam por sexo com sapatos, telemóveis, computadores portáteis e perfume, assim como dinheiro.

“Em caso de não pagamento, as mulheres ficavam com a identificação dos soldados e ameaçavam revelar a sua infidelidade via redes sociais”, diz o relatório.

Os investigadores dizem que as condições extremas em que estas mulheres vivem fazem que olhem para estas ações com um ato de necessidade: “A fome, falta de abrigo, de bens para bebés, medicação e outros itens domésticos foram frequentemente citados como espoletando ‘necessidade’”.

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