“O meu filho Miles é músico e DJ e, às vezes, quando a banda dele atua, todos usam vestidos. E ele tem cabelo comprido”, disse Susan Sarandon à revista People, na passada segunda-feira. A declaração não vem ao acaso. Recentemente, a atriz norte-americana comentou, em conversa com a apresentadora Oprah Winfrey, que é a favor da “fluidez de género” no que a definições de identidade diz respeito: “Estou tão entusiasmada por a fluidez de género estar a acontecer nos dias que correm. Penso que quando desaparecerem todas essas ‘caixas’ vai ser muito mais interessante e muito menos desgastante (…). Podemos chegar ao âmago da questão, isto é, perceber o que a pessoa realmente é.”

A atriz explicou que crescer em Nova Iorque ajudou os seus três filhos (uma rapariga e dois rapazes) a entrar em contacto com a diversidade de pessoas e de famílias. À People, a estrela de 68 anos disse que, enquanto mãe, tem noção de como é difícil sobreviver ao período em que se é adolescente — “Se pisamos a linha [referindo-se ao processo de socialização nessa etapa], é muito difícil. E há tantos miúdos que, por estes dias, se questionam se são gays ou transgénero e que passam por períodos difíceis. Isso pode ser muito perigoso para eles. Penso que é muito bom termos todas estas conversas.”

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A atriz que há décadas é uma defensora assumida da comunidade LGBTQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero e Questioning – à descoberta) já declarou publicamente que adoraria ver os géneros e seus estereótipos desaparecerem ainda no período da infância, sobretudo no que toca aos rapazes. Também perante a presença de Oprah comentou que “o problema de socialização dos rapazes é muito cruel. Ter dois filhos fez-me viver muito mais isso. Os rapazes simplesmente não podem sentir nem chorar…”

Sarandon não é a única celebridade no mundo do cinema a pensar de forma semelhante. O casal Angelina Jolie e Brad Pitt explicou, em tempos e em diferentes ocasiões, de que forma é que Shiloh Jolie-Pitt desafiava (e desafia) os rótulos convencionais associados à identidade de género. Em 2010, a atriz de 40 anos contou à Vanity Fair que a filha gostava de se vestir como um menino: “Ela quer ser um rapaz. Então, tivemos de lhe cortar o cabelo. Ela gosta de usar tudo o que é de rapazes. Ela pensa que é um dos irmãos… Ela veste-se como um pequeno ‘tipo’”. E, com apenas três anos, Shiloh começou a responder apenas pelo nome “John” — foi o pai que contou, também em 2010, que quando usava o diminutivo Shi, a pequena respondia “John. Eu sou o John”.