A ex-deputada do Bloco de Esquerda e atual rosto do movimento político Agir, Joana Amaral Dias, já tinha lançado o aviso: a placa pendurada segunda-feira de manhã no Parlamento português pelos ativistas do grupo “Eu Não Me Vendo” servia para “aguçar o apetite” das que ainda estavam para vir. E vieram depressa. Várias outras instituições portuguesas – o Centro Cultural de Belém (CCB), a TAP, o banco Millennium BCP, os CTT Correios de Portugal, o Metropolitano de Lisboa e a Segurança Social – também acordaram esta terça-feira com placas a dizer “Vendido”.

As imagens foram exibidas na página de Facebook do grupo ativista.

De acordo com a rádio Renascença, a Polícia de Segurança Pública (PSP) está a investigar o aparecimento de faixas, baseando-se no princípio ligado ao crime de “intromissão em local vedado ao público”. A polícia está a elaborar o auto de notícia do incidente no Parlamento, que será depois enviado ao Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

No caso do Parlamento, as autoridades querem saber concretamente quem colocou a faixa na varanda principal do edifício, como é que entrou na Assembleia e, ainda, se era uma visita ou trabalhador do Parlamento. Segundo a mesma rádio, a investigação está em curso e recorre a imagens que existem do dia do incidente.

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No site do “Eu não me vendo”, é possível ler-se: “O governo vendeu tudo o que podia, por tuta e meia. Prepara-se para entregar a Carris e o Metro, depois de vender a TAP por 10 milhões de euros. Uma companhia com mais de 60 aviões, alguns dos quais valem mais que 200 milhões de euros, cada um.”

Joana Amaral Dias, rosto do movimento político Agir, que concorre coligado com o PTP às legislativas deste ano, explicou na segunda-feira ao Observador que este tipo de ações visa protestar contra o facto de “nas privatizações, os vendedores e os compradores estarem sentados no mesmo lado, numa promiscuidade que apodrece a democracia”.

*Artigo atualizado com a informação de que a PSP está a investigar os incidentes.