Histórico de atualizações
  • O dia foi longo e amanhã continuarão as notícias sobre a crise que já é de toda a Europa. Por isso, é hora de descansarmos um pouco.

    Este liveblogue fica por aqui. Obrigada a todos por nos terem acompanhado.

    Até amanhã bem cedo.

  • Resumo do dia

    A rejeição do prolongamento do programa de assistência financeira à Grécia e a reunião do Eurogrupo sem que o ministro das finanças grego, Yanis Varoufakis, estivesse presente faziam antever um domingo de emoções fortes na Grécia e em toda a Europa. Depois de o parlamento grego ter aprovado, durante a madrugada, a realização do referendo de 5 de julho – para que o povo possa decidir se está de acordo com as propostas dos credores – a manhã começou agitada, com o Banco Central Europeu (BCE) a assumir as rédeas do futuro helénico. E estavam lançados os dados para que o jogo da corrida às caixas multibanco começasse.

    – O dia começou com a intervenção do BCE. O conselho de governadores decidiu manter inalterada a linha de emergência (ELA) aos níveis de sexta-feira e avisou que está a acompanhar a situação de perto – o limite da ELA já estava em quase 90 mil milhões. O BCE admitiu que a sua decisão pode ser alterada a qualquer hora e recomendou ao banco central da Grécia que pedisse aos bancos que não abrissem na segunda-feira. Entretanto, continuam a formar-se filas nas caixas de multibanco gregas.

    – A Comissão Europeia decide divulgar a última proposta que os credores fizeram à Grécia, onde exigem um aumento do IVA na eletricidade e na restauração, e onde cedem na eliminação do suplemento para as pensões mais baixas. Alexis Tsipras convoca uma reunião de emergência para as 18 horas e vários líderes europeus começam a marcar reuniões de emergência nos seus países.

    – As imagens dos gregos a formarem filas nas caixas multibanco começam a circular cada vez mais nas redes sociais e países como a Alemanha, Reino Unido, Bélgica e Suécia fazem um alerta aos turistas: se tiverem férias marcadas para a Grécia nos próximos dias devem levar dinheiro suficiente para cobrir eventuais emergências e prepararem-se para a eventualidade de não conseguirem levantar dinheiro no destino.

    – Entretanto, termina a reunião do Conselho de Estabilidade Financeira grego com o anúncio que os gregos temiam desde manhã: que os bancos vão estar fechados na segunda-feira. Mais tarde, soube-se que este encerramento se vai prolongar até dia 7 de julho. A bolsa de valores também vai estar fechada esta segunda-feira e estima-se que permaneça encerrada durante toda a semana.

    – Com Alexis Tsipras vem a confirmação de que os bancos vão sofrer medidas de controlo de capitais. Soube-se mais tarde que as caixas multibanco vão estar desligadas esta segunda-feira e que a partir de terça-feira os gregos só poderão levantar 60 euros por dia, segundo o que tem sido noticiado em diversos meios de comunicação social.

    – No final da reunião de emergência do governo grego, Alexis Tsipras dirigiu-se ao país para dizer que “os depósitos estão completamente seguros” e que as pessoas devem manter a calma. É nesta intervenção que se fica a saber que o governo grego enviou uma carta a pedir mais uma extensão do programa – desta vez de curto prazo — a vários líderes de governos e organismos europeus. A Comissão Europeia confirmou a receção da carta e avançou que os líderes da zona euro se preparam para discuti-la.

    – Nos EUA, Barack Obama intervém e, ao telefone com Angela Merkel, reforça que é preciso “fazer todos os esforços para retomar um acordo que permita que a Grécia permaneça na zona euro”. Em Atenas, começam as manifestações pelo “não” ao referendo e as filas nas caixas multibanco são agora descritas como “intermináveis”.

    – A primeira consequência europeia acontece nos mercados ainda na noite de domingo, com a cotação do euro “em queda livre” e a ficar a um valor abaixo de 1,10 dólares – caiu mais de 1,5 cêntimos em dois dias. Os bancos alemães e holandeses já vieram dizer que estão “bem preparados” para o “pânico” que se vai viver nos mercados nos próximos dias.

    – Yanis Varoufakis, em entrevista ao jornal alemão Bild, diz que é a chanceler alemã que tem a chave para resolver o impasse entre gregos e credores. À televisão portuguesa TVI, o ministro das finanças grego disse que ninguém sai da moeda única sem a destruir. “Não há nenhuma regra para sairmos da moeda única”, disse.

    – Do governo português, não houve nenhuma declaração.

  • FMI faz horas extraordinárias

    A correspondente do jornal grego Kathimerini em Washington diz que o staff do FMI está a fazer horas extraordinárias para monitorizar os sinais de contágio da crise grega. E que estão principalmente focados nos mercados de obrigações da periferia da zona Euro.

  • New York Times faz manchete com a Grécia

    Na primeira página da edição internacional desta segunda-feira do NY Times a fotografia principal mostra um segurança a correr em direção a um banco com uma mala de dinheiro na mão. No título o encerramento dos bancos gregos.

    NYtimes

  • Há uma hora, em Atenas…

  • Tsipras pediu calma. Os gregos saíram à rua... para levantar dinheiro

  • El País: Grécia submergida no caos

    A primeira página da edição de segunda-feira do diário espanhol El País:

  • The Telegraph: euro em chamas

    Esta é a primeira página do jornal britânico The Telegraph.

  • Liberation: "O choque das democracias"

    O jornal francês Liberation dedica toda a primeira página à crise grega.

  • A corrida às caixas multibanco na Grécia a fazer a primeira página do Financial Times

    https://twitter.com/FT/status/615252269915893760/photo/1

  • Bancos alemães e holandeses preparados para "pânico" nos mercados

    Os bancos alemães e holandeses já anunciaram que estão “bem preparados” para o “pânico” que se vai viver nos mercados nos próximos dias. Fonte do banco alemão Commerzbank disse à Reuters que estavam “muito bem preparados, porque têm vindo a antecipar uma situação destas há muito tempo”.

    Bancos holandeses como ING e o ABN Amro também confirmaram o mesmo. Jeroen van Maarschalkerweerd, porta-voz do ABN Amro, afirmou que a “gestão do risco fazia parte do negócio. Pensar em eventuais cenários é o que fazemos e, por isso, estamos preparados”.

  • Marcelo quer acordo

    “É preciso criar condições para haver acordo. Tudo o resto é muito mau para todos. Amanhã as bolsas euorpeias e mundiais acordam com um stress que não lhe digo. O único que manteve a serenidade foi Draghi, que garantiu que o BCE continuava a não cortar a linha de financiamento à banca grega. É uma pressão sem rutura”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa na TVI.

  • Marcelo pede a Passos para deixar de ser "queixinhas"

    No comentário na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa pediu ao primeiro-ministro português para ter bom senso e ser cauteloso nas palavras sobre a Grécia: “Tem de deixar de ser o bom aluno que faz queixinhas. Não se faz. É um problema de sensatez numa semana tão sensível”.

    O ex-presidente do PSD disse ainda que uma saída da Grécia do euro será “um pontapé político no projeto europeu, numa Europa que está sem alma”.

  • Euro em "queda livre"

    Com toda a agitação grega dos últimos dias, a cotação do euro no mercado cambial caiu para um valor abaixo de 1,10 dólares. A FxStreet diz que o euro está “em queda livre” – caiu mais de 1,5 cêntimos desde o fecho do mercado norte-americano, na sexta-feira.

  • A Macedónia, país balcânico que faz fronteira com a Grécia, já deu ordens aos seus bancos para tomarem medidas que os protejam da crise grega, diz a Reuters. O banco central do país terá pedido aos bancos que “levantem todos os depósitos e empréstimos dos bancos situados na Grécia e nas agências que têm espalhadas pelo mundo” e que “tomem medidas preventivas” para limitar o fluxo de capitais para a Grécia.

  • Varoufakis: "Merkel tem a chave na mão"

    Numa entrevista que será publicada esta segunda-feira no jornal alemão Bild, Yanis Varoufakis diz que é a chanceler alemã que tem na mão a chave para resolver o impasse entre gregos e credores. O ministro grego das finanças afirmou ainda que o seu governo não vai apresentar mais nenhuma proposta aos credores e que cabe agora à União Europeia, ao BCE e ao FMI chegar a um compromisso.

    “Os chefes de governo da União Europeia têm de agir. E entre eles, ela, a representante do país mais importante, tem a chave na mão”, disse Varoufakis, referindo-se a Angela Merkel. “Espero que ela a use”.

    E quando questionado sobre o controlo de capitais e a corrida aos bancos, Varoufakis foi mais uma vez duro nas palavras: “Se a Europa permitir que algo de tão terrível aconteça — só para humilhar o nosso governo — então os europeus têm de colocar a si mesmos a questão que o chefe de governo italiano colocou em relação ao problema dos refugiados: ‘Queremos este modelo de Europa?'”

  • O presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade, Klaus Regling, diz que não é possível prever se a Grécia vai conseguir pagar ao Fundo Monetário Internacional (FMI) durante a próxima semana e que também não é possível prever “como é que a Grécia estará” nos próximos dias. A 30 de junho, a Grécia tem de pagar a tranche de 1,6 mil milhões de euros ao FMI, que dizem respeito a vários reembolsos do mês de junho que a Grécia pediu para juntar num só. Todos dizem respeito ao primeiro resgate a Atenas, ainda em 2010.

  • Bolsa de Atenas também fecha durante pelo menos uma semana

    O jornal grego Kathimerini avança que a bolsa de Atenas vai estar fechada durante, pelo menos, uma semana. A notícia surge já depois da confirmação de que os bancos vão estar encerrados até 7 de julho.

  • O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, terá marcado uma reunião com os líderes europeus amanhã, avançou a Bloomberg com base numa notícia internacional. De acordo com a informação que circulou num email do Parlamento Europeu este domingo, Juncker vai reunir em Bruxelas com o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, e com os responsáveis de vários grupos políticos, entre as 13h15 e as 14h45, hora de Lisboa.

    Fonte oficial da União Europeia já disse que não está agendada nenhuma cimeira europeia e que foram desenvolvidos “vários contactos a vários níveis” durante o fim de semana.

  • Varoufakis: "Ninguém sai da moeda única sem a destruir"

    Em declarações à TVI, o ministro das Finanças grego diz que a Grécia não vai sair do euro.

    “Ninguém sai da moeda única sem a destruir, não faz sentido”, afirmou Varoufakis. O ministro das Finanças grego diz que não se pode entender o referendo como uma resposta de sim ou não à permanência da Grécia na zona euro: “[Se pensam assim] são então muito tolas. Porque não há nenhuma regra para sairmos da moeda única, e não há regra porque se começa a haver uma série de saídas é o colapso”.

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