A nomeação de administradores para um novo mandato é uma das consequências da reestruturação territorial e jurídica do setor público das águas. Depois de promulgada e publicada a legislação que agrega sistemas e empresas em três novas entidades, foram nomeados esta semana os novos gestores para mandatos que terminam em 2017.

Esta reorganização reduz contudo o número de administradores e chefias, na medida em que 17 subsistemas e respetivas administrações foram concentrados em três. Ainda assim, o número de cargos que é preenchido para um novo mandato chega a 31, de acordo com os nomes referidos em comunicado pela Águas de Portugal. Neste universo, 23 são administradores executivos, mas há alguns gestores que acumulam cargos em duas empresas. 

A generalidade dos nomes propostos para administradores executivos, alguns que já estavam nos cargos, foi aprovada sem qualquer reserva por parte da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (Cresap), tendo merecido o carimbo de adequados. A Cresap analisou 18 nomes indicados para 21 cargos, a maioria por iniciativa da Águas de Portugal, empresa tutelada pelo ministro Jorge Moreira da Silva, que controla o capital das empresas gestoras dos subsistemas multimunicipais. Nesta lista, dois administradores propostos para a Águas de Portugal passaram, mas com a nota de adequado com limitações.

Falhas na formação e no curriculum

Numa anterior avaliação, a Cresap tinha sugerido a Maria Silva Soares a frequência de formação na área da gestão de topo, mas nas respostas e currículo analisados para esta nomeação, não há dados que evidenciem que a sugestão tenha sido acolhida, nem informação sobre a forma como o exerceu o mandato passado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Falta de qualidade das respostas ao questionário de autoavaliação e a reduzida informação dada no curriculum de Jorge Silva Torres, tornaram difícil aos técnicos da comissão pronunciarem-se sobre a “solidez da sua credibilidade técnica”, lê-se no relatório divulgado esta quinta-feira. Também este nome foi considerado “adequado com limitações”.

Os pareceres da Cresap não são vinculativos na escolha de gestores, mas em regra o governo segue as recomendações quando as personalidades recebem parecer negativo, o que não é o caso. Há vários gestores com limitações apontadas que foram nomeados. Os novos órgãos sociais da Águas do Algarve serão eleitos em assembleia geral a 7 de julho. Esta empresa ficou de fora da reorganização do setor que integrou 17 empresas em três grandes empresas regionais, tal como a Águas do Alentejo cuja administração foi nomeada em 2014.

A Cresap analisou o curriculum e desempenho profissional de 18 nomes propostos para 21 cargos de administração executiva nas empresas Águas de Portugal, Epal e Águas de Lisboa e Vale do Tejo, Águas do Centro Litoral, Águas do Norte e Águas do Algarve. Há três gestores que acumulam cargos na Águas de Portugal e em uma participada. Os novos administradores para o mandato de 2015-2017 foram eleitos em assembleia geral esta semana.

Em junho, a administração da holding Águas de Portugal foi nomeada, por iniciativa do acionista Estado, que é tutelado pelo Ambiente, também para um mandato que termina em 2017, mantendo-se o presidente, Afonso Lobato de Faria. Também foi eleito o novo conselho da AdP Serviços, empresa de serviços partilhados do Grupo Águas de Portugal.