O candidato à Presidência da República Sampaio da Nóvoa criticou aqueles estão a fazer contas para avançar com a candidatura a Belém, considerando que as presidenciais não ganham “em serem uma espécie de segunda volta das legislativas”.

Em declarações aos jornalistas à margem de um almoço com apoiantes no Porto, Sampaio da Nóvoa enfatizou que “o tempo das presidenciais não é menos importante que o tempo das legislativas” e que “respeitar estes dois tempos é a pessoa apresentar-se na altura certa, com propostas, com ideias ao eleitorado português”.

“É uma crítica a todos aqueles que não têm coragem, que estão a fazer contas, que estão a fazer calculismos diversos. As presidenciais não ganham com isso, não ganham em serem uma espécie de segunda volta das legislativas. As presidenciais têm que ser respeitadas na sua autonomia própria”, defendeu.

Na opinião do candidato presidencial “é a altura certa, neste momento, das pessoas se apresentarem e de dar tempo a que as suas ideias sejam debatidas, sejam discutidas pelos portugueses”, considerando que a melhor maneira das duas eleições “não estarem contaminadas é justamente as pessoas apresentarem-se a tempo, com as suas ideias, com as suas propostas”.

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Questionado sobre a entrevista à Antena 1 do presidente do PS, Carlos César, que admitiu que o PS pode não dar indicação de voto nas presidenciais, mas que se as eleições fossem hoje votava em Sampaio da Nóvoa, o antigo reitor da Universidade de Lisboa considerou que estas “são declarações muito interessantes”, em linha com o que tem “dito ao longo destes meses, que as legislativas são disputadas pelos partidos, que as presidenciais são disputadas por cidadãos, que no quadro da sua independência se apresentam às eleições”.

“Tenho dito muitas vezes que esta é uma candidatura independente e suprapartidária, mas depois acrescento sempre suprapartidária não contra os partidos mas com os partidos”, sublinhou.

Sampaio da Nóvoa disse estar “certo que os partidos, na altura própria, vão tomar as decisões e agradeço muito essas declarações que me parecem muito importantes para construir, consolidar, este movimento que se vem criando à volta da candidatura”.

“Esta candidatura foi feita sempre com uma preocupação de unir. Há fragmentações a mais na sociedade portuguesa. Não há nenhum problema em que haja muitos candidatos e muitas candidaturas se as pessoas entenderem que têm ideias e projetos para apresentar, eu julgo que isso é bom e é legítimo e enriquece este espaço democrático das presidenciais”, defendeu.

O candidato foi perentório ao afirmar que “esta decisão é uma decisão difícil, é uma decisão dura do ponto de vista pessoal, da exposição” e que só pode “respeitar todos os candidatos e todas as candidatas que se queiram apresentar a estas eleições”.